sexta-feira, junho 24, 2005

SIN CITY - Um genuíno Big Fat Kill...



Enquanto obra radical e decisiva do panorama BD americano, a versão cinematográfica de SIN CITY - A CIDADE DO PECADO não desrespeita o material que adapta, alcançando mesmo o estatuto de película mais arrebatadora do ano.

Esticando ao máximo as potencialidades do cinema digital de HD (alta definição), o realizador Robert Rodriguez, contando com as preciosas ajudas de Frank Miller (autor dos livros de banda desenhada que dão nome ao filme) e de Quentin Tarantino, conseguiu, de forma fulgorante, dar vida às carismáticas personagens dos livros de quadradinhos e ao ambiente infernal de Basin City, local geográfico onde decorrem as vinganças de Marv, Dwight e Hartigan contra o lixo que detém o poder da cidade.

Ao imprimir uma total fidelidade aos graphic novels de Miller, Rodriguez foi capaz de enfrentar os dois riscos que poucos cineastas sonham, sequer, desafiar: a expulsão da DGA (sigla para Director's Guild of America, uma espécie de sindicato dos realizadores americanos) de modo a poder contar com Frank Miller como co-realizador, e criar uma obra que, após o seu visionamento, suscita dois tipos de reacção: ou se ama profundamente ou se odeia até ao ponto do repúdio. Este último não é o caso do vosso blogger.

Fã incondicional da série, foi com imenso prazer que assisto à transição de SIN CITY do papel para o grande ecrã. Todos os elementos estão presentes: o sangue, a carnificina e respectivos desmembramentos, o suor, a paixão, o sexo, a corrupção e a vingança que caracterizam as histórias narradas em hora e meia do maior virtuosismo cinematográfico de 2005.

Mas, no final de contas, de que trata SIN CITY? É a adaptação ipsis verbis dos romances gráficos de Frank Miller, nomeadamente The Hard Goodbye — sobre a busca de Marv (Mickey Rourke), um herói desfigurado, paranóico, sem sentimentos e virtualmente indestrutível, pelos assassinos da única mulher que lhe demonstrou alguma espécie de sentimento sem ser nojo —, The Big Fat Kill — a história de Dwight (Clive Owen) e o seu envolvimento numa rixa entre polícias e um grupo de prostitutas implacáveis — e That Yellow Bastard — a última missão do detective Hartigan (Bruce Willis) para defender Nancy (Jessica Alba) e respectiva pureza física das mãos de um geneticamente alterado pedófilo de pele amarela (Nick Stahl). Começando pelo elenco diversificado e talentoso até à rigorosa mise-en-scène, SIN CITY renasce no celulóide, demonstrando que qualquer história, por mais complexa (que não é o caso) ou sangrenta (que é, e aos galões, esta saga) pode ser adaptada ao cinema, sobretudo se "cair" nas mãos certas. Rodriguez foi fiel ao material original, e esse foi o seu grande trunfo.

Agora, apenas salivo de antecipação por SIN CITY 2 e 3, que estrearão em 2006 e 2008, respectivamente. Venham mais histórias de desejo, vingança e morte numa cidade que, metaforicamente, é a representação exagerada e estilizada do mundo real em que habitamos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá :)! Venho retribuir a sua visita ao meu blog.
Gostei do aspecto visual do blog e principalmente destes posts sobre o Sin City, um dos filmes do ano que também analisei no meu "Lord Of The Movies".
Quando é que há novas actualizações neste blog?

Cumprimentos cinéfilos

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