terça-feira, maio 09, 2006

MISTERIOSA OBSESSÃO (2004), de Joseph Ruben



Sempre que tento esboçar uma crítica cinematográfica, tenho como principal fio condutor o esforço em encontrar os pontos positivos do filme e, a partir daí, construir o texto. O que fazer, então, quando não é possível descriminar uma única centelha digna de realce?

É o que sucede com este MISTERIOSA OBSESSÃO, que só agora tive oportunidade de ver. Recordo-me, por altura da sua estreia, de observar o trailer. Embora fosse plenamente visível que não se estava perante um peso-pesado de suspense, também nunca me passou pela cabeça que o filme fosse o desastre que é. A história de Telly (Julianne Moore), ainda enlutada pela morte do seu único filho num acidente de aviação, há 14 meses atrás, sofre um repentino volte-face quando todos em seu redor (marido, amigos, vizinhos, o seu próprio psiquiatra) começam a afirmar que a criança nunca existiu, que tudo não passa de uma alucinação provocada pelo desgosto de um parto mal sucedido. Na verdade, tudo é mais sinistro do que a princípio se pensa — a realidade está escondida por uma entidade superior à nossa imaginação...



Visto o filme e apreciado o mau argumento — tão insípido que a sua duração nem chega à hora e meia —, é de bradar o que foi tão mal alcançado, sobretudo se nos lembrarmos dos recursos e talentos envolvidos. De notar pela negativa, o "vilão" mais perguiçoso e incompetente de que há memória, e a heroína cujas "capacidades acima da média" representa a pior resolução de uma película a que assisti em toda a minha vida. O título original é THE FORGOTTEN (traduzindo à letra, OS ESQUECIDOS). Pois bem, o ponto final deste texto assinala a minha total amnésia em relação a MISTERIOSA OBSESSÃO.

1 comentário:

not_alone disse...

Não acho que o filme seja assim tão mau. Juliannne Moore está, como sempre, em grande forma (um pouco como Jodie Foster em Flightplane) e, tirando o final disparatado, acho que o filme consegue criar um ambiente de tensão. Não deixa de ser mau, mas não é uma desgraça assim tão grande.

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