O bom, o mau, o surpreendente e o banal estão sempre nos detalhes... Do cinema estreado comercialmente no nosso país em 2011, eis quinze "categorias" analisadas e que falam por si:
O Filme Mais Subvalorizado do ano:
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. INSIDIOSO (James Wan), é o POLTERGEIST (Tobe Hopper, 1982) do Século XXI, o género de filme a que poderíamos fechar os olhos e permanecer em inquietação por sua causa. Thriller que aborda o género da "casa assombrada" com os habituais mecanismos das portas rangentes e abundantes sobressaltos nocturnos, também nos cativa, contudo, pela sua atmosfera totalmente despretensiosa e por uns quantos sussurros escutados através de um intercomunicador de bebés...
O Filme Mais Sobrevalorizado do ano:
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. FILME SOCIALISMO (Jean-Luc Godard), genuíno mau filme que confunde ainda mais pela respectiva recepção positiva que lhe é granjeada pelas variadas listas de melhores do ano. Não se procure aqui preciosos achados de semântica, olhemos para o filme tal como ele é: um art film assinado por um indivíduo cada vez mais determinado em não comunicar com qualquer (a sua?) plateia.
O Melhor Filme do ano que não conheceu estreia em Portugal:
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. SENNA (Asif Kapadia), exemplo vivo do poder dramático das imagens de arquivo, é um documentário com ritmo de épico histórico, uma história de motores, máquinas e política desportiva que revela a espantosa humanidade de Ayrton Senna.
A Interpretação Masculina do ano:
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. Alfredo Castro em POST MORTEM (Pablo Larraín), a transportar o conceito de "anti-herói" a um nível quase pérfido.
A Interpretação Feminina do ano:
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. Anabela Moreira em SANGUE DO MEU SANGUE (João Canijo). Desde Ana Moreira em OS MUTANTES (Teresa Villaverde, 1998) que não se via tal entrega e descomprometimento por parte de uma actriz lusitana.
O Actor do ano:
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. Ryan Gosling, exemplo de versatilidade com BLUE VALENTINE — SÓ TU E EU (Derek Cianfrance), AMOR, ESTÚPIDO E LOUCO (Glenn Ficarra e John Requa), NOS IDOS DE MARÇO (George Clooney) e DRIVE — RISCO DUPLO (Nicolas Winding Refn) - tendo estreado, directamente no mercado de DVD, ENTRE SEGREDOS E MENTIRAS (Andrew Jarecki).
A Actriz do ano:
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. a omnipresente Jessica Chastain, que viu estrear, em 2011, A DÍVIDA (John Madden), A ÁRVORE DA VIDA (Terrence Malick) e AS SERVIÇAIS (Tate Taylor) - já para não falar dos (ainda) inéditos em Portugal TAKE SHELTER (Jeff Nichols), CORIOLANUS (Ralph Fiennes) e TEXAS KILLING FIELDS (Ami Canaan Mann).
O Regresso do ano:
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. Monte Hellman regressa ao activo, após vinte e três anos de "reclusão", com o enigmático e brilhante ROAD TO NOWHERE — SEM DESTINO.
A Revelação do ano:
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. Susana de Sousa Dias, documentarista a ter em conta pelo seu inovador "formalismo da realidade" patenteado em 48.
A Desilusão do ano:
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. AS AVENTURAS DE TINTIN, ou como Hergé estava enganado acerca de Steven Spielberg.
A Interpretação Histórica do ano:
. Salvador Dali por Adrien Brody, em MEIA-NOITE EM PARIS (Woody Allen).
A Banda Sonora do ano:
. Jane Eyre por Dario Marianelli.
O Plano-Sequência do ano:
. HANNA (Joe Wright):
ex aequo com AS QUATRO VOLTAS (Michelangelo Frammartino):
O Animal de Estimação do ano:
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. Arthur, em ASSIM É O AMOR (Mike Mills).
O Adereço do ano:
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. o casaco envergado por Ryan Gosling em DRIVE — DUPLO RISCO (Nicolas Winding Refn), invejável peça de seda branco-dourado à venda aqui.
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