OBSESSÃO (1942), de Luchino Visconti

O primeiro filme de Visconti, uma das suas obras-primas absolutas, foi realizado em plena guerra e adaptou o romance «O carteiro toca sempre duas vezes», de James Cain.
O filme costuma ser considerado um precursor do neo-realismo, interpretação que se justifica, na medida em que Visconti mostra um mundo totalmente oposto ao das amáveis comédias italianas do período, com personagens pobres, desempregadas, homicidas. "A Itália não é isto", teria dito Mussolini ao ver o filme. Inegavelmente realista,
é também impregnado por algum fatalismo, próximo do cinema francês dos anos 30, e ilustra o culto dos corpos e a mística da carne, que estão no cerne do cinema de Visconti.
[Hoje, pelas 21h30, na Sala 2 do Cine Solmar.]
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