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sábado, junho 30, 2012

Curiosidade da Semana



Do stop-motion de KING KONG (1933, Merian C. Cooper) até ao "mastodôntico" AVATAR (2009, James Cameron), eis uma breve história da Sétima Arte em torno das suas personagens criadas por efeitos visuais mais emblemáticas.

Ou a saga da busca contínua — para uns natural, para outros ilegítima — pelo realismo artificial cinematográfico.



[Fonte: lnrdshelby.]

quinta-feira, junho 28, 2012

A Estocada Final?



A luta entre os cineastas que privilegiam as características artísticas da película (Christopher Nolan, Quentin Tarantino) perante o cada vez maior domínio e respectiva adopção por nomes sonantes da indústria (David Fincher, James Cameron, Steven Soderbergh) do digital acaba de perder mais um round. E este é daqueles que podem indiciar o knockout...

Martin Scorsese abandona a película em favor do digital para o seu próximo filme, THE WOLF OF WALL STREET.

Pouco resta a acrescentar...

segunda-feira, abril 23, 2012

No Dia Internacional do Livro...

... recordamos:

. «David Copperfield», de Charles Dickens, em FAHRENHEIT 451 (1966, François Truffaut)



. «The Catcher in the Rye», de J. D. Salinger, em SHINING (1980, Stanley Kubrick)



. «A Divina Comédia», de Dante Alighieri, em SETE PECADOS MORTAIS (1995, David Fincher)



. «Histórias», de Heródoto, em O PACIENTE INGLÊS (1996, Anthony Minghella)



. «Twenty-One Stories, de Graham Greene, em DONNIE DARKO (2001, Richard Kelly)



. «Don Quixote of La Mancha», de Miguel Cervantes, em LARS E O VERDADEIRO AMOR (2007, Craig Gillespie)



. «O Estrangeiro», de Albert Camus, em UMA EDUCAÇÃO (2009, Lone Scherfig)



Lembram-se de mais algum exemplo notável?

terça-feira, janeiro 31, 2012

A "Polémica" do Mês #8

Como a blogosfera cinéfila nacional divergiu, este mês, sobre MILLENNIUM 1 — OS HOMENS QUE ODEIAM AS MULHERES, de David Fincher.





«O mistério e o suspense perduram do início ao fim e é impossível odiar a mulher do filme: Lisbeth Salander (e Rooney Mara) irá apaixonar.»
Inês Moreira Santos, Espalha-Factos.



«O diabo está nos detalhes, como diz o ditado popular. E esses detalhes estão espalhados pelo filme.»
O Projeccionista, A Última Sessão.



«OS HOMENS QUE ODEIAM AS MULHERES é um filme vazio. Um material como este, merecia mais, muito mais. »
João Gonçalves, Modern Times.

domingo, janeiro 29, 2012

Críticas da Semana

Breve resumo dos principais filmes visualizados esta semana:

. ZEITGEIST: MOVING FORWARD
. O ARTISTA
. MILLENNIUM 1 — OS HOMENS QUE ODEIAM AS MULHERES

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. ZEITGEIST: MOVING FORWARD (2011), de Peter Joseph



Criando um modelo de compreensão do actual paradigma social e do motivo pelo qual é fundamental sair do mesmo — juntamente com uma nova abordagem social, que apesar de radical, é ainda assim, prática —, procura-se encontrar uma resolução dos actuais problemas sociais que afligem o mundo.



Se tiverem duas horas e quarenta minutos da vossa vida para dispensar a este documentário, serão capazes de entender que esse tempo não só passará num ápice, como também proporcionará uma experiência elucidativa acerca das causas que forjaram o espectro da crise financeira mundial que todos os dias nos entra pela casa, culminando numa enumeração de "soluções" mais utópicas do que propriamente reformadoras.

Sem a visceralidade de Michael Moore nem a ironia de Errol Morris, ZEITGEIST: MOVING FORWARD aposta numa irreverência quase juvenil para atacar os "vícios" do sistema, recorrendo a diferentes estilos de animação para esquematizar a informação e valores transmitidos e — na que será a principal novidade deste género de documentário — uma abordagem a vicissitudes biológicas e antropológicas explicativas do actual estado da Humanidade. Não estamos perante algo que ficará rotulado como revolucionário, mas a sua qualidade de eye-opening converte-o em algo de visualização urgente.

. O ARTISTA (2011), de Michel Hazanavicius



Hollywood, 1927. George Valentin (Jean Dujardin) é uma das maiores estrelas do cinema mudo. Certo dia, conhece Peppy Miller (Bérénice Bejo), uma jovem e ambiciosa figurante, por quem fica fascinado. Mas a chegada dos filmes sonoros marca o fim da carreira de George, e torna Peppy na nova grande estrela da indústria.



Como é possível gostar-se de um pastiche? Até que ponto pode o artificialismo do Cinema se tornar no seu principal inimigo? E qual o propósito da integração do «Love Theme» de A MULHER QUE VIVEU DUAS VEZES (obra sonora e a cores) no acompanhamento musical de um filme mudo e a preto e branco? Estas e outras questões ressalvam a constatação de que O ARTISTA é uma homenagem intrincada ao cinema mudo americano, que almeja ignorar tudo o que de fascinante e memorável existia naquela era, focando-se numa miscelânea de cultura geral cinematográfica e melodrama previsível convenientemente reunidos para o converter num produto de imediato apelo popular e (como se verificou, esta semana, pelo anúncio das suas dez nomeações) muito oscarizável.

Ironia das ironias, e não obstante a sua "tríade" de inegáveis qualidades — a interpretação e charme de Jean Dujardin, que emula o poder de sedução de Rudolph Valentino com o percurso biográfico de John Gilbert; a competente realização de Hazanavicius; e o expressivo companheiro canino do protagonista —, faz-nos constatar que o encanto inerente ao filme mudo residia, precisamente, naquele seu "défice tecnológico". E não há apostas vanguardistas baseadas em métodos obsoletos capazes de anular o sentimento de embuste que se detecta no cerne de O ARTISTA. Para verificar homenagens contemporâneas, e mais bem conseguidas, ao Cinema dos anos 20, continuo a preferir Guy Maddin. O qual também assina, de vez em quando, uma ou outra comédia musical...

. MILLENNIUM 1 — OS HOMENS QUE ODEIAM AS MULHERES (2011), de David Fincher



Mikael Blomkvist (Daniel Craig), jornalista recentemente caído em desgraça mediática, aceita o trabalho de desvendar o desaparecimento da sobrinha de Henrik Vanger (Christopher Plummer), o patriarca de uma poderosa família empresarial sueca. Com a ajuda de Lisbeth Salander (Rooney Mara), hacker de alto nível com problemas de comportamento social, irão desvendar muitos segredos da família de Henrik, até então escondidos na penumbra.



A minha admitida desconfiança relativamente a remakes não é segredo para quem acompanha este espaço com regularidade. E enquanto admirador da primeira transposição ao Cinema dos livros de Stieg Larsson, a exigência em torno desta abordagem norte-americana à história era redobrada... e não saiu defraudada. Retomando temas e ambiências que preenchem a sua filmografia (crime e castigo, o sereno e o furioso, a amizade e a hostilidade) e demarcando-o de qualquer comparação com o filme sueco através da sua reconhecível mise-en-scène, Fincher forja um produto inteiramente seu e, a espaços, mais próximo que a referida primeira adaptação das intenções da fonte literária — a qual é excelente, logo não havia como falhar.

Posto isto, é necessário e inevitável reservar a nossa atenção para a encarnação de Rooney Mara em Lisbeth Salander, uma das mais complexas personagens de ficção femininas do nosso tempo. Numa visível entrega de corpo e alma pela jovem actriz ao desafio colocado, faz-nos esquecer a (quase icónica) prestação de Noomi Rapace, através de certeiras nuances do argumento que potenciam a androginia psicológica e antecipam, na sua caracterização, o passado conturbado de Lisbeth. O mundo ganha dois óptimos "descendentes cinematográficos" de uma saga literária de sucesso mas, tal como sucedia na adaptação europeia, ainda não foi desta que se transpôs para o grande ecrã as ansiedades sócio-políticas que selaram os últimos dias de Stieg Larsson — a primazia continua a ser dada ao thriller, mas um pouco mais de ambição não seria, por estes lados, mal recebida.

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Hollywood Buzz #151

O que se diz lá fora sobre THE GIRL WITH THE DRAGON TATTOO, de David Fincher:



«Under the direction of David Fincher and with a screenplay by Steven Zaillian. I don't know if it's better or worse. It has a different air.»
Roger Ebert, Chicago Sun-Times.

«There are waves of brilliantly orchestrated anxiety and confusion but also long stretches of drab, hackneyed exposition that flatten the atmosphere. We might be watching "Cold Case" or "Criminal Minds," but with better sound design and more expressive visual techniques.»
A.O. Scott, The New York Times.

«DRAGON TATTOO is too neatly wrapped up, too fastidious to get under your skin and stay there.»
Todd McCarthy, The Hollywood Reporter.

«Fincher has made THE GIRL WITH THE DRAGON TATTOO into an electrifying movie by turning the audience into addicts of the forbidden, looking for the sick and twisted things we can't see.»
Owen Gleiberman, Entertainment Weekly.

«This is an immersive and powerful thriller, driven by terrific leading performances. It's mostly really good and then it wears out its welcome.»
Andrew O'Hehir, Salon.com.

quinta-feira, dezembro 01, 2011

#31



... segundo as palavras do Pedro Afonso, do blog Laxante Cultural:

Uma pequena introdução para explicar o critério de selecção destes filmes. Para mim, a criação de uma lista deste tipo serve apenas para definir o autor da escolha. Não são necessariamente os melhores filmes que eu já vi, mas são aqueles que mais me marcaram, por uma razão ou outra, no meu crescimento enquanto amante de cinema e posteriormente cinéfilo. Provavelmente estão aqui estes apenas porque os vi na altura certa, mas isso não invalida o facto de ser uma lista que acaba por definir a minha identidade enquanto cinéfilo, e, porque não, enquanto ser humano. Todos (excepto o último, já vão perceber porquê) são filmes a que volto de vez em quando, quanto mais não seja para reviver os momentos de descoberta de aspectos do cinema que todos eles me proporcionaram. Eis a lista...

1. REBECCA
(1940, Rebecca, Alfred Hitchcock)



Este filme (a par com CASSANDRA CROSSING de George P. Cosmatos, 1976) é a memória mais antiga que eu tenho de um momento em que um filme foi para mim a coisa mais importante do mundo. Saber como acabava, era tão urgente para mim como o ar que respirava, devorando cada cena do filme como uma pista, sentado na ponta da cadeira e deixando-me aprisionar pelo suspense. Deveria ter entre os 7 e os 9 anos quando os vi, nas sessões de cinema da RTP Açores, e nunca mais me esqueci das sensações que me despertaram. Está aqui este, porque dos dois é aquele que revi muitas vezes ao longo dos anos, descobrindo sempre novos pormenores que fundamentavam aquelas sensações. Quanto ao outro, hei-de voltar a ele um dia.

2. VEIO DO OUTRO MUNDO
(1982, The Thing, John Carpenter)



Foi o filme que (a par com AN AMERICAN WEREWOLF IN LONDON de John Landis, 1981) complementou aquelas sensações com outra ainda mais profunda: o medo. Foram ambos vistos poucos anos mais tarde nas mesmas circunstâncias, mas recordo como se fosse hoje o desafio de não querer perder nenhum segundo, lutando contra mim próprio para não desviar os olhos da televisão. Esse desafio, de me testar a ver cinema, é uma das bases da minha paixão por esta arte. Com o passar dos anos, o filme do Carpenter foi ganhando mais importância (principalmente com o aparecimento da versão de coleccionador em DVD, cujo making of é um dos melhores de sempre) por me aprofundar o interesse pelos aspectos técnicos por trás de um filme.

3. CASABLANCA
(1942, Casablanca, Michael Curtiz)



Não me lembro exactamente de quando o vi, mas este é um filme a que volto inúmeras vezes e que não perdeu a frescura da primeira. É um dos filmes que me definiu como um romântico, e cujo desfecho me despertou para o sacrifício que o amor implica. Além disso, é um filme perfeito em todos os aspectos, o que me dá um prazer enorme quando a ele volto.

4. A MOSCA
(1986, The Fly, David Cronenberg)



Foi o filme que me abriu os olhos para o conceito de autor. Vi-o no cinema com 13 ou 14 anos (nesta altura os filmes demoravam algum tempo a chegar a Angra do Heroísmo), e fez-me muita confusão ver um filme de terror que, mais do que me assustar, me inquietou. Querer perceber porque é que este era um filme de terror diferente de todos os que já tinha visto, foi o ponto de partida para uma viagem de descoberta que só acabará quando morrer. Além disso é uma estória de amor bizarra, em que o amor dá lugar à loucura. É sem dúvida o mais importante dos filmes desta lista para mim, e constará certamente de todas as listas que eu possa vir a fazer.

5. ASSALTO AO ARRANHA-CÉUS
(1988, Die Hard, John McTierman)



Só quem viu este filme no cinema, na altura da sua estreia, pode perceber a sua importância. Sendo um profundo conhecedor do cinema de acção da altura (de todos os Rambos e Comandos e afins), não estava preparado para a pedrada no charco que foi o ASSALTO AO ARRANHA-CÉUS. A cena da morte do Takagi abalou todos aqueles que procuravam divertimento num filme de acção e fez com que, no género, deixasse de haver personagens a salvo. Mais do que isso, este filme é perfeito em todos os aspectos, do argumento à realização, passando pelas interpretações ou pelos efeitos especiais. É um prazer absoluto e é um dos poucos filmes que comprei em todos os formatos (Vhs, DVD e Blu-ray) de cinema em casa por que já passou a minha vida de cinéfilo.

6. PSICO
(1960, Psycho, Alfred Hitchcock)



Outro filme que tenho em todos os formatos (em Vhs cheguei a comprar três edições diferentes). É, para mim, o mais perfeito dos filmes. Desde a concepção e as histórias de bastidores, às opções tomadas por Hitchcock no sentido de provocar reacções no espectador e que, passados mais 50 anos, continuam a resultar em cheio. É o poder da manipulação através da arte no seu estado mais puro, sem facilitismos e com enorme personalidade. Tudo no filme resulta e é brilhantemente executado, desde os facilmente reconhecíveis acordes musicais às imagens icónicas inesquecíveis.

7. MORRER EM LAS VEGAS
(1995, Leaving Las Vegas, Mike Figgis)



A par com LES NUITS FAUVRES (Cyril Collard, 1992), são histórias de amor reais e trágicas que têm como pano de fundo o desejo de auto destruição de uma das personagens principais. Mas se no filme de Collard esse desejo apenas precipitava uma inevitabilidade, no de Figgis nunca nos é dada uma razão válida que nos permita aceitá-lo. É a outra face da moeda para o sacrifício final de CASABLANCA, e um segundo despertar para a fatalidade que o amor encerra. Além disso, estes dois filmes são muito carnais e, talvez por isso, vertiginosos nas emoções.

8. SETE PECADOS MORTAIS
(1995, Se7en, David Fincher)



Um dos filmes mais maquiavélicos alguma vez escritos. O argumento de Andrew Kevin Walker, apesar de ser um dos mais inteligentes thrillers já filmados, não poupa ninguém. Todo o desenrolar da narrativa não nos prepara para um desfecho que, de tão horrendo, dificilmente esquecemos. O ritmo imposto por Fincher é milimetricamente perfeito (como sempre) e não há uma única falha a apontar na sua concepção e execução. É um daqueles filmes que me faz sentir muito pequenino enquanto artista em potência, e a que volto muitas vezes a ver se aprendo alguma coisa.

9. SACANAS SEM LEI
(2009, Inglorious Basterds, Quentin Tarantino)



Além de ser outro filme que eu considero perfeito, há um factor que faz com que apareça nesta lista: a irreverência e atrevimento com que, mesmo que apenas através da arte, seja colocada alguma justiça na história. Tarantino é provavelmente o meu realizador vivo predilecto, mas aqui excedeu todas as expectativas. Além do mais, apesar de ser um filme mosaico (muito ao seu estilo), no sentido de reunião de referências e de conciliação de diferentes estórias, nunca perde o seu objectivo e atrai-nos para um clímax que nunca suspeitámos ser possível. No fundo, naquele momento, numa sala de cinema, somos abruptamente atirados da realidade para a ficção enquanto Tarantino nos diz que quem manda aqui é ele. É preciso ter tomates.

10. CINEMA PARAÍSO
(1988, Nuovo Cinema Paradiso, Giuseppe Tornatore)



Este é um filme que entra na lista dos 10 filmes da minha vida de uma forma peculiar. Não é um dos filmes que mais gosto (pelo menos para estar nos 10 primeiros), nem um dos que me influenciou enquanto cinéfilo. NUOVO CINEMA PARADISO está aqui porque é esta a minha história, sem tirar nem pôr. Toda a minha infância, juventude e adolescência foi passada num cinema, o Fanfarra Operária Gago Coutinho e Sacadura Cabral em Angra do Heroísmo, que o meu pai geria. Foi ele o meu Alfredo e o grande responsável pela minha paixão pelo cinema. Conheci todos aqueles personagens, com outros nomes e rostos, mas com as mesmas atitudes e comportamentos. Também eu recolhia e guardava pedaços de película espalhados pelo chão da sala de montagem. Também eu fugia para a sala de projecção tentando perceber como toda aquela magia funcionava. A dada altura, até por lá passou um projeccionista chamado Salvador, como na fase adolescente do protagonista. E tal como no filme, tudo isto teve um final pouco feliz. Há pouco mais de um ano, também eu voltei a Angra para o funeral do meu Alfredo, e também fui espreitar a Fanfarra. Aquela sala, da qual guardo as mais gratas e inesquecíveis memórias, está hoje a céu aberto depois de um incêndio que a consumiu há alguns anos. Resta a parte da frente do edifício e a parte traseira, do palco. Aquela sala à moda antiga, com plateia e balcão e imenso ar para respirar, onde me formei como cinéfilo e ser humano, existe apenas nas minhas gratas memórias. A paixão, essa ficou. E já de cá não sai.

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Obrigado, Pedro, pela tua participação!

terça-feira, novembro 22, 2011

#30



... segundo as palavras da Andreia Mandim, blogger nomeada aos TCN Blog Awards pelo seu Cinema's Challenge:

. SANTA SANGRE
(1989, Santa sangre, Alejandro Jodorowsky)



Seria difícil não incluir este filme na minha lista. Quando o vi, pela primeira vez, não sabia absolutamente nada do mesmo. Resolvi vê-lo apenas porque não tinha mais nenhum filme na altura. Sem muito ânimo, confesso. Mas no fim do filme, considerei que foi uma das melhores 'surpresas' que poderia ter. Deparei-me com uma obra surrealista, embora absolutamente rica culturalmente e cinematograficamente. Algo que raramente se vê actualmente, mesmo que o filme seja do final dos anos 80 — 1989, mais concretamente, é necessário o frisar. Mas penso que a história, personagens, ambiente e toque do realizador foram os elementos-chave que tornaram possível que o incluísse como um dos meus preferidos. Há qualquer coisa de esotérico que passa o ecrã e entra em nós ao vê-lo.

. SLEEPERS — SENTIMENTO DE REVOLTA
(1996, Sleepers, Barry Levinson)



Lembro-me de o ver quando ainda era criança. A minha irmã consumia tudo o que tinha "o menino bonito de hollywood", na altura, Brad Pitt, e eu acabava também por assistir ao filmes. Mas o que conta para aqui para o caso é que foi um filme que me marcou. Na altura era ainda ingénua e gostei de perceber que realmente existem situações, pequenos momentos, em que podemos fazer a coisa errada, na hora errada e decidir parte importante do rumo da nossa vida. Pode parecer um pouco dramático e até absurdo, para alguns, mas é um filme que me diz muito e que ultrapassa o thriller dramático que hoje se vê para aí a pontapés. Não esquecendo o excelente cast que reúne grandes nomes — Brad Pitt, Robert De Niro, Kevin Bacon, etc...

. MYSTERIOUS SKIN
(2004, Mysterious Skin, Gregg Araki)



Revi-o há pouco tempo.É um filme com uma abordagem extremamente inteligente. É a mistura de dois assuntos completamente díspares: ficção científica e abusos sexuais. Num ambiente indie, com um actor que tem dado sinais da sua eficiência (Joseph Gordon-Levitt) e com um argumento fabuloso. Acho difícil não incluir como uma das melhores coisas que vi, pelo menos dentro do seu género.

. MANHATTAN
(1979, Manhattan, Woody Allen)



Respondo como se fosse o próprio: Life doesn't imitate art, it imitates bad television, por isso preciso da minha dose de arte e optei por ver algo de Woody. Podem o chamar pretensioso ou qualquer outra coisa, mas basicamente há sempre deixas brilhantes nos seus filmes e em MANHATTAN temos bastantes exemplos. Podia inventar mil explicações do porquê de ser um dos que mais gosto do Woody Allen, mas penso que talvez goste de vários, porém é o que tenho mais vivo com sinal verde na minha mente.

. SHINING
(1980, The Shining, Stanley Kubrick)



Se Kubrick não fosse realizador, provavelmente seria Deus. Vi uma vez esta piada em algum lugar que já não me recordo, mas acredito mesmo que esteja próximo, pelo menos nas suas capacidades/poderes que tinha para fazer cinema. Vi o SHINING umas 4 vezes na mesma semana, fiquei maravilhada com o filme. Tudo tinha um grau tão assustadoramente elevado de tensão e um certo terror que nunca chega a ser terror que foi impossível não cair de amores pelo filme.

. BOOGIE NIGHTS — JOGOS DE PRAZER
(1997, Boogie Nights, Paul Thomas Anderson)



Outro recente amor. Gostei de tudo neste filme. Actores, abordagem, argumento. E o realizador é talvez dos mais prendados da sua época. Sou sincera, não tinha noção disso. Até começar a ver o seu historial, percebi que já tinha visto muitos filmes que adorei e lhe pertenciam. Quanto ao BOOGIE NIGHTS penso que é um dos filmes mais marcantes para um amante de cinema, e mais não digo.

. CLUBE DE COMBATE
(1999, Fight Club, David Fincher)



É o filme que provavelmente mais vezes vi. Chamem comercial, digam o que quiserem, mas acho que não há uma única pessoa que não tenha gostado da película de Fincher. É tudo tão delicioso. Montagem, personagens, actores. Desenvolvi uma empatia com este filme, talvez por ter nascido na época que ele retrata, neste mundo consumista e com regras sociais que ninguém acredita, num mundo que já acabou antes de ter começado.

. VOANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS
(1975, One Flew Over the Cuckoo's Nest, Milos Forman)



É majestoso. Jack Nicholson faz, mais uma vez, um papel que é absolutamente brilhante. O filme em si tem uma trama que prende o espectador. E a ideia de ver um filme passado num manicómio é sempre tentadora. Afinal de médico e de louco todos temos um pouco — já dizia o outro.

. UMA QUESTÃO DE CONFIANÇA
(1990, Trust, Hal Hartley)



É uma obra quase clássica. Bastante calma, mas que conta muita coisa. Ficamos embebecidos com as personagens que vivem histórias dispares, porém é a confiança que os salva. Acho que foi mais uma surpresa quando o vi, não estava à espera de algo assim tão bom e recomendo vivamente.

. O HOMEM ELEFANTE
(1980, The Elephant Man, David Lynch)



É difícil não ficarmos sensibilizados quando vemos este filme. Entre o surrealismo quase extremo de Lynh, com o preto e branco e personagens inconcebíveis no mundo real, encontramos também um mundo onde os sentimentos são impulsionados, são quase provocados, mesmo que através de histórias pouco prováveis de acontecer no mundo real, pelo menos com um homem elefante. Mas que acontece com outro tipo de pessoas que têm diferenças, mas que têm algo mais para além do aspecto, tal como o Elephant Man.

Estes filmes escolhidos são apenas uma parcela dos que considero os filmes da minha vida. É uma lista diferente das que fiz para outros blogues, propositadamente. É uma forma de mostrar todos aqueles filmes que me foram marcando e ainda marcam, mas que não totalizam tudo o que vi e gostei de ver até hoje.

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Obrigado, Andreia, pela tua participação!

quinta-feira, novembro 03, 2011

#27



... segundo as palavras da Sarah Queiroz, do blog Depois do Cinema:

1. MATRIX
(1999, The Matrix, Larry e Andy Wachowski)



My personal favourite, atinge a perfeição! A interessante e paradoxal narrativa, que envolve metafísica e a filosofia, juntamente com a tremenda e espectacular acção e efeitos visuais são, sem dúvida, dois elementos bastante apelativos. O facto de nos desafiar intelectualmente também constitui um dos motivos pelo qual eu idolatro este filme e é, verdadeiramente, o número 1 da minha lista.

2. O SENHOR DOS ANÉIS — A IRMANDADE DO ANEL
(2001, The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, Peter Jackson)



LORD OF THE RINGS alcança o nível de excelência e nunca me canso de ver os filmes, é espectacular em todos os níveis. Peter Jackson criou das melhores sagas da história do cinema, muito obrigada Peter!

3. KILL BILL — A VINGANÇA
(2003, Kill Bill: Vol. 1, Quentin Tarantino)



My dear Quentin... Adoro-o! Todos os seus filmes são de génio, mas a história de Beatrix Kiddo consegue ser a minha favorita.

4. CÃES DANADOS
(1992, Reservoir Dogs, Quentin Tarantino)



Outra genialidade por Tarantino, filme este que iniciou a sua magnífica carreira enquanto realizador, e digo-vos: não poderia ter começado da melhor maneira! A narrativa não linear, as grandes actuações, um diálogo soberbo e inteligente, tendo depois uma banda sonora que complementa da melhor maneira fazem deste filme um clássico!

5. A RESSACA
(2009, The Hangover, Todd Phillips)



Não há filme que tenha conseguido a proeza de me fazer cair da cadeira de tanto rir sendo A RESSACA a excepção! Sinceramente, acho-o inagualável, e dificilmente outro filme de comédia tem o nível de qualidade que este tem.

6. RESIDENT EVIL
(2002, Resident Evil, Paul W.S. Anderson)



Automaticamente constou da minha lista de preferências, logo desde a primeira vez que o vi. A história, os actores, a banda sonora... Vários são os elementos que tornam este filme absolutamente fantástico, apesar da grande maioria não concordar.

7. SHUTTER ISLAND
(2010, Shutter Island, Martin Scorsese)



A combinação DiCaprio & Scorsese é simplesmente perfeita. Este filme está arrebatador, é dos melhores filmes de 2010. SHUTTER ISLAND é acima de tudo um filme inteligente, que nos permite puxar pela cabeça. Adoro!

8. ZOMBIES PARTY — UMA NOITE DE... MORTE
(2004, Shaun of the Dead, Edgar Wright)



Eu adoro filmes de zombies, e este especialmente, pois combina o meu género predilecto com humor britânico do melhor! Não é possível resistir, é de facto hilariante, e tem um fantástico elenco e banda sonora.

9. SETE PECADOS MORTAIS
(1995, Se7en, David Fincher)



Dos melhores filmes do género e dos anos 90, SE7EN está fantástico a todos os níveis, apesar do seu final super depressivo! Adoro.

10. A CHAVE
(2005, The Skeleton Key, Iain Softley)



É daqueles filmes que eu não consigo explicar porque é que adoro ou porque é que consta nas minhas preferências. O facto de ser um pouco obscuro, super subestimado, e conter elementos pouco convencionais são capazes de ser dos motivos pelo qual me levaram a gostar verdadeiramente deste filme, que para mim é incansável. Ou se calhar é mesmo só por causa do Peter Sarsgaard.

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Obrigado, Sarah, pela tua participação!

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