DEPORTADO (2012), de Nathalie Mansoux

Em 2011, os EUA deportaram cerca de 400 mil pessoas, atingindo um recorde histórico. São maioritariamente imigrantes ilegais oriundos dos países da América Central que são detidos na fronteira com o México. No entanto, há um conjunto de imigrantes deportados que são residentes legais de longa duração: é o caso dos muitos açorianos que, devido a penas criminais, todos os anos, são obrigados a regressar à sua terra natal, os Açores, um arquipélago português de 9 ilhas situado no Atlântico norte. São sobretudo homens que partiram ainda crianças com os seus pais à procura de uma vida melhor, que cresceram e viveram nos EUA e que, quando regressam, já não sabem falar a língua nem têm qualquer ligação com a ilha onde nasceram. Sem expectativas de encontrar uma casa, um trabalho, uma companheira, vão-se deixando desanimar em centros de acolhimento.
Entre recordações longínquas, esperanças abandonadas e a distância das pessoas queridas, a ilha paradisíaca vai-se transformando, lentamente, numa prisão a céu aberto.
[Hoje, pelas 21h30, na Sala 2 do Cine Solmar.]
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