sexta-feira, fevereiro 25, 2011
Em contagem decrescente para os Óscares...
... e a três dias da cerimónia, é altura de invocar os filmes e os nomes que a Academia "esqueceu" nas nomeações para a sua 83ª edição.
Uns mais flagrantes e/ou desconhecidos que outros, este exercício permite, acima de tudo, verificar que 2010 foi um ano bastante interessante em oferta cinematográfica.
Entre as ausências consideradas mais sonantes para o Keyzer Soze's Place, contam-se os especiais casos de:
Christopher Nolan, por A ORIGEM, para Melhor Realizador:
Com a sua ausência, Nolan torna-se definitivamente num caso singular para a Academia. Depois da sua nomeação nos Directors Guild of America, a candidatura ao Oscar parecia fechada. Os irmãos Coen trataram de confundir as apostas, despertando a ira dos milhares de fãs de A ORIGEM nas redes sociais e invocando sentimentos "não resolvidos" de 2008, aquando da não indicação de THE DARK KNIGHT — O CAVALEIRO DAS TREVAS.
Ryan Gosling, por BLUE VALENTINE, para Melhor Actor:
"Surpreendido" por Javier Bardem, a cerimónia deste ano fica privada de uma das melhores interpretações masculinas que 2010 permitiu observar. Actor oriundo do panorama indie norte-americano (já conta com uma nomeação, em 2007, por HALF NELSON), mostra-se ambicioso, profundo e genuíno em BLUE VALENTINE. James Franco ou Jesse Eisenberg não demonstraram nem metade dessas características...
Lesley Manville, por ANOTHER YEAR, para Melhor Actriz:
Um dos desempenhos femininos mais aclamados pela crítica internacional mas que ficou de fora tanto aqui como nas eleitas para Actriz Secundária — a súbita presença de Hailee Steinfeld prejudicou as suas hipóteses. Contudo, o seu papel de uma alcoólica solitária, o género de personagem que a Academia tanto gosta de destacar, foi um dos mais poderosos a surgir num grande ecrã durante o ano transacto.
Andrew Garfield, por A REDE SOCIAL, para Melhor Actor Secundário:
Concebeu a melhor interpretação de um filme com oito nomeações e, durante algumas semanas, chegou a ser um dos principais candidatos a Oscar. No fim, a confirmação de que as presenças recentes de Jeremy Renner não eram um acidente e do (justo) reconhecimento de John Hawkes deixaram-no de fora. Razão para dizer: Eduardo Saverin foi "tramado" outra vez!
UNCLE BOONMEE WHO CAN RECALL HIS PAST LIVES, para Melhor Filme Estrangeiro:
A Palma de Ouro no último Festival de Cannes parecia argumento de peso para a rendição Ocidental ao cinema, por mais sombrio e irreal que se apresentasse, de Apichatpong Weerasethakul. No final, privilegiou-se Iñarritu e Bouchareb em detrimento de um dos melhores e mais interessantes títulos de 2010 produzidos em "Língua Não-Inglesa".
Clint Mansell, por CISNE NEGRO, para Melhor Banda Sonora:
Algumas das regras da Academia, no que às categorias técnicas diz respeito, são realmente misteriosas. E as aplicadas para Banda Sonora inteiramente revoltantes: o empenho de Clint Mansell em tornar «O Lago dos Cisnes» num «Lago de Cisnes Negros» merecia, sem hesitações, a nomeação. E, com um pouco de sorte, o Oscar...
E as vossas opiniões? São, como sempre, muito bem-vindas.
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5 comentários:
Essas regras dão mesmo cabo de certas coisas... Por usar uma melodia já existente, foi logo cortada. Havia a possibilidade de Inception também não ser nomeada, por usar um breve trecho de "La vie en rose": E é por este que vou torcer ;)
Abraço
A OST de Inception também é uma das minhas favoritas. Contudo, estou a torcer por Trent Reznor... :)
Abraço!
Era engraçado ver o Trent Reznor a subir ao palco sim senhor, e até acho que é dos que tem mais hipóteses de vencer.
Abraço
O Gosling é incompreensível, acho que fez um trabalho excelente. Mansell a mesma coisa. O Nolan passa, apesar de eu achar que merecia a nomeação. O Uncle Boonmee está bem é fora de tudo o que seja prémios que aquilo é terrível xD (eu sei, é apenas a minha opinião).
A Manville de fora foi um crime de lesa-cinema! Ela é soberba... Aquele olhar, aquele desencanto!
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