
Penúltimo dia de Festival dominado por sensibilidades europeias no seio do cinema independente norte-americano.
Em competição, Nicolas Winding Refn (VALHALLA RISING, 2009) apresentou DRIVE, thriller visceral protagonizado por Ryan Gosling e onde pontificam gangsters, duplos de cinema e carros velozes.


Indiscutivelmente, o filme mais comercial na Selecção Oficial deste ano (havendo quem questione a sua inclusão no "lote"), a crítica mostra-se dividida acerca dos méritos de DRIVE. «Desafiando as tendências actuais do cinema de acção», representa uma «fantástica homenagem aos filmes americanos de acção dos anos 70 e 80» mas não escapa ao veredicto final de ser «fútil e vazio de sentido». Um dos principais motivos de interesse surge na interpretação de Ryan Gosling, «por vezes a invocar Alain Delon em O SAMURAI (1967)», num seguro registo enquanto vingador solitário e silencioso.
Paolo Sorrentino regressou hoje a Cannes para "submeter" a concurso THIS MUST BE THE PLACE, o seu primeiro filme falado em inglês, com Sean Penn no papel de um cantor de rock reformado e em busca das memórias mais traumáticas do pai.


Bem recebido pelo público da Croisette, a imprensa especializada, por seu turno, revelou-se menos convencida. Embora «elegante e distinto na sua composição formal» e com «momentos de genuína emoção», o filme perde-se na sua «narrativa superficial e diálogo alegórico, impossibilitando a convicção do arco da personagem». E como é seu hábito, Sean Penn concebe um protagonista totalmente «excêntrico e inesquecível».
Hoje foi dia de ficarmos a saber as decisões na secção Cinéfondation, reservada à exibição de filmes assinados por jovens realizadores. O Primeiro Prémio do Júri (onde se incluía o português João Pedro Rodrigues) foi atribuido a DER BRIEF, da alemã Doroteya Droumeva.

[Crédito de imagens: Associated Press e Site Oficial do Festival.]
Sem comentários:
Enviar um comentário