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Nono e "agitado" dia de Festival: devido às suas bombásticas declarações, proferidas ontem, de simpatia por Hitler, Cannes decidiu considerar Lars von Trier como persona non grata e baniu a sua presença de futuras edições do certame. Contudo, MELANCHOLIA permanece em competição (ou seja, ainda elegível para prémios, incluindo a Palma de Ouro) e as reacções de estupefacção à decisão da organização não tardaram em fazer-se sentir...
Esta quinta-feira fica, também, marcada pela exibição de dois dos títulos mais sonantes em concurso. Pedro Almodóvar apresentou LA PIEL QUE HABITO, protagonizado por Antonio Banderas, ou a primeira experiência do realizador espanhol no cinema de terror, numa mistura explosiva de horror, suspense e cirurgia plástica.
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
E, a julgar pela imprensa especializada, não estamos perante uma experiência falhada. Com Banderas a encarnar um «'neo-Frankenstein' de forma convincente», LA PIEL QUE HABITO está repleto de «surpreendentes revelações» e fotografia dominada por «sensualidade, texturas e salpicos de sangue». Contudo, realçou-se que, apesar de uma premissa tão ambiciosa, o filme «nunca atinge todo o seu potencial».
O sempre activo Takashi Miike pisou hoje a Croisette para a exibição de HARA-KIRI: DEATH OF A SAMURAI, a mais recente incursão do cineasta japonês pelo mundo das histórias de poder e vingança entre samurais.

Num filme «metódico e, por vezes, frontalmente sombrio», Miike foi duramente criticado pela «construção de narrativa pouco satisfatória» e uma «incompreensível e inútil opção pelo formato 3D». Aparentemente, não se trata dos melhores títulos em competição.
Fora de competição, e desafiando as autoridades iranianas, Cannes conheceu THIS IS NOT A FILM, a obra mais recente de Jafar Panahi e que descreve o quotidiano do cineasta um dia antes de saber o veredicto do recurso ao seu mandato de prisão. Uma obra documental capaz de transformar «censura numa forma de arte».
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Destaque final para o primeiro prémio atribuído no âmbito da presente edição do Festival. TAKE SHELTER, de Jeff Nichols, arrecadou o Grande Prémio da Semana da Crítica.
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[Crédito de imagens: Getty Images e Site Oficial do Festival]
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