domingo, maio 22, 2011
Festival de Cannes 2011 — Dia 11
No derradeiro dia de exibição de títulos em competição, foram também entregues os primeiros prémios mais sonantes da 64ª edição do Festival de Cannes.
A secção Un Certain Regard, cujo júri foi presidido por Emir Kusturica, atribuiu o Grande Prémio a dois filmes ex-aequo: ARIRANG, de Kim Ki-Duk, e HALT AUF FREIER STRECKE, do alemão Andreas Dresen. O Prémio Especial do Júri foi entregue ao cineasta russo Andrey Zvyagintsev por ELENA.
Em concurso pela Palma de Ouro, Radu Mihaileanu apresentou LA SOURCE DES FEMMES, fábula moderna sobre emancipação feminina no mundo árabe.
Apesar da sua atmosfera de crowd pleaser, a crítica revelou-se dividida em relação a este título. Ostentando uma inegável e «bonita fotografia, a qual faz um bom uso das paisagens áridas do deserto», LA SOURCE DES FEMMES demonstra menos êxito na «conjugação entre o humor, a energia e emotividade das personagens». A convicção geral recai para o facto de não estarmos perante um forte candidato aos prémios que serão conhecidos hoje.
O turco Nuri Bilge Ceylan regressa a Cannes, três anos depois de ter sido considerado Melhor Realizador por OS TRÊS MACACOS, com ONCE UPON A TIME IN ANATOLIA, drama policial em torno dos esforços de um grupo de detectives à procura de provas de um homicídio.
Puro material de Festival, patenteando o ritmo sereno e introspectivo que rege a filmografia de Bilge Ceylan, é uma obra «longa e poderosa», cuja complexidade revela uma «multitude de elementos que engloba humor negro, filme de personagens, thriller convencional e contemplação filosófica».
Pertenceu a Christophe Honoré o último filme a ser exibido fora de competição. LES BIEN-AIMÉS divide a sua narrativa entre os anos 60 e a actualidade para contar a relação, nem sempre pacífica, entre mãe (Catherine Deneuve) e filha (Chiara Mastroianni).
Embora tratando-se de um musical, género várias vezes abordado por Honoré e aqui servido em doses generosas, LES BIEN-AIMÉS não evita ser «um autêntico tédio, insípido e vazio», onde apenas o trabalho dos actores compensa «o seu argumento artificial». No entanto, ou não fosse este um filme francês, «é sempre possível que fiquemos com um pouco de amor fou» quando as luzes de acendem...
[Crédito de imagens: Site Oficial do Festival.]
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1 comentário:
Muito bom.
Parabéns pelo blog.
Abração e apareça
O Falcão Maltês
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