O Festival Internacional de Cinema DocLisboa, dedicado ao cinema documental, celebra a sua nona edição, em 2011 decorrerá de 20 a 30 de Outubro.
O Keyzer Soze's Place destaca, de seguida, os títulos mais sonantes que serão exibidos durante o Festival:
. CRAZY HORSE (EUA / França), de Frederick Wiseman
Este lendário cabaré, fundado em 1951 por Alain Bernardin, tornou-se incontornável na vida nocturna parisiense para qualquer visitante. O filme acompanha os ensaios de um novo espectáculo, «Désirs», bem como as preparações de bastidores das bailarinas e ainda as várias questões relacionadas com a planificação do espectáculo e a gestão da boate.
. ABENDLAND (Áustria), de Nikolaus Geyrhalter
Um poema filmado sobre um continente à noite, uma cultura no seu ocaso, apesar de estar muitíssimo alerta ao mesmo tempo, um território ao anoitecer que, algo obsessivamente, se vê como o coroar da civilização humana. Geyrhalter examina a condição do homem europeu contemporâneo com imagens que nos fazem olhar as coisas de outra maneira.
. BARZAKH (Finlândia / Lituânia), de Mantas Kvedaravicius
Numa cidade chechena a recuperar da guerra, um homem desaparece. Os que o procuram são atraídos para um mundo onde se tornam comuns os encontros com adivinhos e consultores jurídicos, torcionários e supliciados, prisões secretas e lagos míticos. Quando os desaparecidos regressam nos sonhos, diz-se que vêm de Barzakh, uma terra entre vivos e mortos.
. É NA TERRA NÃO É NA LUA (Portugal), de Gonçalo Tocha
Em 2007, um homem-câmara e um homem-som chegam à Ilha do Corvo, a mais pequena dos Açores. Em pleno Atlântico, o Corvo é um rochedo alto, medindo 6km por 4km, com uma cratera de vulcão e uma única vila de 440 pessoas. Gradualmente, a equipa de rodagem é aceite por uma civilização com quase 500 anos de vida mas com poucos registos e memória escrita.
. THE LAST BUFFALO HUNT (EUA), de Lee Anne Schmitt
”Este não é um filme sobre a caça ao bisonte mas sobre a vivência de uma das últimas paisagens livres da América. O conceito de individualidade americana ecoa na comercialização da caça, da fé e da crença, e da imagem do oeste americano, questionando a autenticidade dos nossos mitos e as fundações da nossa ideologia de fronteira.”
. SONNENSYSTEM (Alemanha), de Thomas Heise
Sonnensystem é um filme sobre o desaparecimento, um retrato da vida quotidiana na comunidade indígena dos Kollas, em Tinkunaku, nas montanhas do norte da Argentina. Entre os ritos antigos e a modernidade invasora, na paisagem grandiosa das florestas Yunga e dos vales Quechua, o filme narra o desaparecimento diário de um povo indígena.
. VODKAFABRIKEN (Suécia), de Jerzy Sladkowski
Valentina é mãe solteira, vive com a mãe e trabalha numa fábrica de vodka, longe de Moscovo. Sonha ser estrela de televisão mas o filho pequeno é um obstáculo. O filme dá-lhe asas para o sonho e navega assim entre a ficção e a realidade, na melancólica procura de um pouco de felicidade por parte de Valentina e sua mãe.
. VOL SPÉCIAL (Suíça), de Fernand Melgar
Aguardando deportação do território suíço, homens são presos no centro de detenção administrativa de Frambois. Ordenam-lhes que abandonem o país, mesmo se aí viveram vários anos, trabalharam, pagaram impostos, constituíram família. O encarceramento pode durar 24 meses. Os que se recusam a partir são algemados, atados e colocados à força num avião.
. 30.000 ANOS, de Maya Rosa
No Vale do Côa, no norte do país, foram redescobertas milhares de gravuras rupestres ao ar livre após séculos de esquecimento. Algumas datam de há cerca de 30.000 anos e constituem a forma de expressão artística mais antiga da Humanidade. Um museu ultramoderno está a ser edificado em homenagem aos artistas pré-históricos que viviam na região.
. CARTAS DE ANGOLA, de Dulce Fernandes
Cartas de Angola é uma viagem a um passado esquecido e um olhar sobre uma memória geográfica onde duas histórias se intersectam: a de uma portuguesa nascida em Angola nas vésperas da independência e a dos cubanos que combateram na guerra em Angola, após 1975. Uma reflexão sobre o lugar do indivíduo no contexto dos movimentos tectónicos da História.
. ORQUESTRA GERAÇÃO, de Filipa Reis e João Miller Guerra
Retrato do impacto da iniciativa homónima, inspirada no projecto internacional Orquestra Simón Bolívar, em jovens da escola Miguel Torga, na Amadora. Ana, Daniel, Diogo, Marco e Mónica entregam-se a um projecto que rompe o contexto formatado da escola pública. Descobrimos os seus sonhos, a relação com a música e o sentimento de pertença a um grupo.
. PHOTOGRAPHIC MEMORY (EUA), de Ross McElwee
O realizador entra frequentemente em conflito com o filho, que já não é a criança adorável que amou mas um jovem adulto contestatário que vive em mundos virtuais na internet. Faz uma viagem a St. Quay-Portrieux, para compreender a sua vida quando tinha a idade dele. Uma meditação sobre a passagem do tempo e o amor fracturado de um pai por um filho.
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O programa completo do Festival, nas suas várias secções, pode ser consultado aqui.
[Fontes: imagens e sinopses: site oficial do DocLisboa 2011.]
4 comentários:
Lá estaremos :D
acrescentava "Sleepless Nights Stories" de Jonas Mekas
@Sarah, infelizmente não poderei comparecer...
Votos de excelentes sessões! :)
@Vitor, se recomendas, considera-o acrescentado: http://www.doclisboa.org/2011/pt/edicao/programadetalhe/810
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