domingo, junho 10, 2012

MICHAEL (2011), de Markus Schleinzer



Michael (Michael Fuith), 35 anos, corrector de seguros, leva uma vida aparentemente normal mas esconde um lado sombrio: mantém, em sua casa, Wolfgang (David Rauchenberger), de 10 anos, como seu prisioneiro, a quem submete uma rotina de abusos sexuais. Os dois vão partilhando uma série de momentos de aparente naturalidade, que encobrem a verdadeira relação entre molestador e vítima.



MICHAEL, filme choque da edição de 2011 do Festival de Cannes, pretende açambarcar todo e qualquer registo possível, num retrato de pedofilia simultaneamente moral e imoral, banal e perturbador, distante e íntimo, formal e informal, diabólico e mundano. Contudo, não chega a lado nenhum, nem sequer nas intenções mais lógicas ou na habitual acepção da frase "o mal mora ao lado e surge de onde menos se espera".

Não lhe tiro o mérito de querer desafiar a moralidade do espectador, durante e após a sua visualização, acerca do tema em questão. Contudo, até o cinema dito mainstream é capaz de produzir filmes — recentemente, TRUST — PERIGO ONLINE (2010), embora com bastantes defeitos, alcançou objectivos que Schleinzer nem sequer tangencia — com uma abordagem moral mais desafiadora.

E a estrela "solitária" acima indicada está longe de significar que não recomende o filme. É apenas, e como poucas vezes demonstrei neste espaço, a demonstração de uma opinião negativa mais pessoal do que o costume.

1 comentário:

Inês Moreira Santos disse...

Com esta "estrela solitária" como dizes, tiras-me por um lado metade da vontade que eu tinha em ver o filme. Por outro, fico curiosa sobre o motivo que te levou a dar esta nota. :P

Cumprimentos cinéfilos :*

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