segunda-feira, dezembro 31, 2007

Eu Sou a Lenda (2007), de Francis Lawrence



Já havia debatido, há algum tempo, o maior problema que toca as produções inseridas no género do filme de terror e/ou suspense. Invariavelmente, o ending continua a ser uma intrigante mácula na elaboração de argumentos em Hollywood e este EU SOU A LENDA, candidato a receber o estatuto de "Melhor Primeira Meia-Hora" do ano, acaba por se transformar numa experiência totalmente redundante graças à resolução que lhe foi imposto.

Adaptado do romance homónimo de Richard Matheson, EU SOU A LENDA é um projecto que conheceu várias falsas partidas, ao longo dos anos e por diversos corredores das maiores produtoras de Cinema norte-americanas, almejando a cobiça de nomes como Arnold Schwarzenegger, Michael Bay ou Ridley Scott. Por fim, a personagem mítica de Robert Neville acaba por incarnar em Will Smith – um habituée nas histórias de indivíduos destinados a gladiarem, sozinhos, ameaças extremas – e realizado por Francis Lawrence, cujo título mais destacado no seu currículo é CONSTANTINE (2005).



A história declina os contornos metafísicos do livro, reduzindo-a ao lugar-comum. "Humanidade exterminada por vírus desconhecido, transformando os sobreviventes em zombies descontrolados, sedentos por carne não contaminada e alérgicos aos raios ultra-violetas do Sol – a excepção é Neville, imune à doença e a nossa última esperança na busca de uma cura". De A NOITE DOS MORTOS-VIVOS (George A. Romero, 1978) até 28 DIAS DEPOIS (Danny Boyle, 2002), as comparações são infindáveis.

Apesar disso, o filme logra um dos maiores elogios que poderia expressar: a primeira meia-hora é das mais poderosas que já pude observar em obras do género. Minucioso na construção cinematográfica de situações, espaços e efeitos visuais, confesso que, a certa altura, pensei estar perante um dos filmes mais conseguidos de 2007. Infelizmente, a origem de toda a tensão no protagonista (e nos espectadores) é, equitativamente, o produto da decepção final, ou seja, os referidos zombies.

Artificiais até à medula, o argumento é incapaz de lhes conferir qualquer dimensão adequada à sua “monstruosidade” e essa elaboração nem era tarefa complicada. Por exemplo, (cuidado com os spoilers!) custaria muito ter desenvolvido uma potencial ligação amorosa entre a fêmea capturada por Neville (Will Smith) e o indivíduo que, aparentemente, lidera aquela horda de zombies nova-iorquinos como justificação para a fúria patenteada no clímax do último quarto de hora do filme? É apenas uma sugestão…



Will Smith é, para concluir, o verdadeiro herói deste EU SOU A LENDA. Ninguém pode negar que o actor possui, nesta fase da sua carreira, a "bagagem" para carregar um filme às costas. No presente contexto, era condição essencial para o sucesso do projecto, mas nem a tardia aparição de uma sidekick (Alice Braga), ou um argumento mais consistente, consegue desviar as atenções do esforço que Smith aqui empreende. Para quando a plena demonstração desse talento num novo ALI?

1 comentário:

Anónimo disse...

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