quinta-feira, maio 20, 2010
Festival de Cannes 2010 — Dia 8
Hoje foi um dia plenamente dominado (em vários sentidos) pelo biopic CARLOS, de Olivier Assayas, sobre o infame terrorista venezuelano conhecido como 'O Chacal':
Cumprindo a tradição do Festival em projectar um filme de longuíssima duração (recordam-se das quatro horas de CHE, em 2008?), o novo filme de Assayas foi exibido, fora de Competição, numa versão de cinco horas e meio(?!), detalhando a vida, paixões e percurso criminoso de Ilich Ramírez Sánchez durante duas décadas. Édgar Ramírez assume o protagonismo de uma película extremamente aclamada pela crítica, salientando que «política internacional, terrorismo, História, religião e sexo são tratados com impressionante destreza, inteligência e habilidade». Com tanto elogio, é motivo para nos questionarmos: e se CARLOS estivesse no lote de candidatos à Palma de Ouro?
De assinalar, em competição na secção «Caméra d’Or», a projecção de SCHASTYE MOE/MY JOY, primeiro filme do realizador ucraniano Sergei Loznitsa:
Uma viagem ao lado negro da Rússia, o que só torna irónico a utilização do termo "alegria" no título, o filme, segundo o word-of-mouth que provém de Cannes, «possui lampejos de brilhantismo mas, no fim, deixará o espectador mais perplexo que consolado». Aos jornalistas, o realizador falou do processo criativo e dificuldades de financiamento que rodearam esta produção de cariz tão incomum: «O argumento explicava bem os moldes do filme, portanto já se sabia o que esperar. Quisemos fazê-lo em co-produção com a Rússia mas, na sua impossibilidade, decidimos filmá-lo ao longo da fronteira russa». Quanto ao teor contraditório do título, Sergei Loznitsa foi peremptório: «Porque soava a algo muito "porreiro"!».
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