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domingo, dezembro 26, 2010

Críticas da Semana

Breve resumo dos filmes visualizados esta semana.

BLACK SWAN (2010), de Darren Aronofsky



Será possível conceber um filme de terror psicológico tendo por base o mundo do ballet? BLACK SWAN comprova que sim, dissertando acerca da obsessão humana pela perfeição através de Nina Sayers (Natalie Portman), jovem insegura mas esforçada bailarina nova-iorquina, seleccionada como cabeça de cartaz para uma nova versão de O Lago dos Cisnes que sucumbe, física e mentalmente, à dualidade bem versus mal que o papel encerra, culminando num dos melhores actos finais do ano.

Darren Aronofsky (A VIDA NÃO É UM SONHO, O WRESTLER) aborda este material com o visual próprio de um documentário — planos filmados de câmara ao ombro, uma iluminação das cenas quase natural — misturando-lhe uma pós-produção digna de um filme de terror para intensificar o lado surrealista da história, transformando BLACK SWAN num dos projectos mais radicais e obrigatórios de 2010. Natalie Portman, numa performance de espantoso e arriscado desprendimento, é a grande favorita para vencer o Óscar de Melhor Actriz.

IMPARÁVEL (2010), de Tony Scott



Chegou a Portugal com o epíteto de «o melhor filme de Tony Scott dos últimos anos», mas a sua visualização nunca encontra motivos para concordar com essa acepção. IMPARÁVEL concentra-se na história de um comboio desgovernado e a alta velocidade que, por transportar material inflamável e tóxico, pode causar uma tragédia de proporções bíblicas. Cabe a Denzel Washington e Chris Pine, na pele de dois maquinistas com backgrounds mais ou menos definidos, deter a ameaça.

Embora directo e eficaz na acção, sem se perder em sub-plots desnecessários, não é aqui visível o experimentalismo que Tony Scott desenvolveu nos seus filmes anteriores, trabalho que quase conferia ao realizador britânico uma marca de autor. IMPARÁVEL nunca consegue oferecer qualquer tipo de surpresa ao espectador e o desfecho é totalmente previsível. Candidato a pontuais exibições nas tardes de fim-de-semana dos canais generalistas de televisão.

SOMEWHERE (2010), de Sofia Coppola



Análise peculiar sobre celebridade e harmonia familiar, com sensibilidade muito 'indie' e expondo uma narrativa simples de forma não-convencional, Sofia Coppola retorna a alguns dos ambientes e temas de LOST IN TRANSLATION — O AMOR É UM LUGAR ESTRANHO mas com personagens menos "icónicas". Stephen Dorff, apesar de construir uma figura de tédio e melancolia, domina todo o filme, e Elle Fanning (irmã mais nova de Dakota) marca a sua presença apesar do seu papel quase unidimensional.

SOMEWHERE é o típico filme para (tal como aconteceu) ganhar um Leão de Ouro em Veneza. Conhecerá maior apelo por parte das audiências europeias e, por isso, as probabilidades de concorrer a Óscares apresentam-se muito reduzidas.

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