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segunda-feira, maio 20, 2013

O Cinema dos Anos 2000: Lost in Translation — O Amor É um Lugar Estranho, de Sofia Coppola




Realizado por Sofia Coppola, LOST IN TRANSLATION — O AMOR É UM LUGAR ESTRANHO é um filme sobre o encontro de dois estranhos em Tokyo. Bob e Charlotte encontram-se no outro canto do mundo por diferentes motivos, mas partilham inúmeros sentimentos que fazem nascer uma grande amizade daqueles encontros. São os sorrisos, os gestos, toda uma linguagem existente entre os dois, uma cumplicidade existente que nos faz adorar e acompanhar aquela relação. Apesar da grande diferença de idades entre eles, ambos se encontram com as suas vidas completamente paradas. Bob está perdido na cidade, embora já estivesse perdido no seu casamento. Conhece Charlotte, a pequena jovem que também se encontra desiludida com o seu relacionamento.

E Sofia Coppola não se fica pelo relacionamento do par de atores, e mostra-nos a moderna cidade de Tokyo. Juntos vão descobrir uma cultura diferente e viver uma pequena jornada que a pouco e pouco, se vai tornado bem mais do que uma mera amizade. Um filme divertido, cheio de emoção. Um filme que volto sempre várias vezes ao ano, só para rever a descoberta daquele amor. LOST IN TRANSLATION é mais um dos grandes filmes da primeira década.

por João Gonçalves (Modern Times).

Elenco
. Bill Murray (Bob Harris), Scarlett Johansson (Charlotte), Giovanni Ribisi (John), Anna Faris (Kelly), Fumihiro Hayashi (Charlie Brown), Akiko Takeshita (Ms. Kawasaki)


Palmarés
. Oscars da Academia: Melhor Argumento Original (Sofia Coppola)
. Globos de Ouro: Melhor Filme — Comédia ou Musical, Melhor Actor — Comédia ou Musical (Bill Murray), Melhor Argumento (Sofia Coppola)
. BAFTA: Melhor Actor (Bill Murray), Melhor Actriz (Scarlett Johansson), Melhor Montagem (Sarah Flack)
. Césares: Melhor Filme Estrangeiro (Sofia Coppola)
. Independent Spirit Awards: Melhor Filme, Melhor Realizador (Sofia Coppola), Melhor Actor (Bill Murray), Melhor Argumento (Sofia Coppola)
. Satellite Awards: Melhor Filme — Comédia ou Musical, Melhor Actor — Comédia ou Musical (Bill Murray), Melhor Argumento Original (Sofia Coppola)
. Festival de Veneza: Prémio Lina Mangiacapre (Sofia Coppola), Prémio Upstream — Melhor Actriz (Scarlett Johansson)
. Festival Internacional de Valladolid: Melhor Novo Talento — Realização (Sofia Coppola), Prémio FIPRESCI (Sofia Coppola)
. Festival Internacional de São Paulo: Prémio da Crítica (Sofia Coppola)
. Fotogramas de Plata: Melhor Filme Estrangeiro (Sofia Coppola)
. Prémios Sant Jordi: Melhor Actor Estrangeiro (Bill Murray), Melhor Actriz Estrangeira (Scarlett Johansson)
. National Board of Review: Prémio Especial (Sofia Coppola)
. Círculo de Críticos de Nova Iorque: Melhor Realizador (Sofia Coppola), Melhor Actor (Bill Murray)
. Círculo de Críticos de Los Angeles: Melhor Actor (Bill Murray), Prémio Nova Geração (Sofia Coppola)
. Writers Guild of America: Melhor Argumento Original (Sofia Coppola)


Sobre Sofia Coppola

Herdeira de um dos apelidos mais icónicos da História do Cinema norte-americano, começou como actriz mas o seu talento apenas se tem afirmado na realização. Autora de inegável espírito indie, centrados em protagonistas femininas e com diálogos cativantes, angariou sucesso crítico e público com AS VIRGENS SUICIDAS (1999), MARIE ANTOINETTE (2006) e SOMEWHERE — ALGURES (2010).



terça-feira, novembro 08, 2011

#28



... segundo as palavras do Nuno Barroso, do blog Delusion over Addiction:

1. TAXI DRIVER
(1976, Taxi Driver, Martin Scorsese)



Considero que a obra-prima de Martin Scorsese é este TAXI DRIVER. Somos transportados para Nova Iorque pela forma de como Scorsese capta todas as nuances da cidade que ele tanto adora. Creio que também nunca vi um filme que tão explorasse o background psicológico de uma personagem de uma maneira tão afincada como Travis Bickle é explorado. Aliado a isto temos ainda uma das (senão a maior) interpretações do Cinema com assinatura de Robert De Niro e uma banda sonora simplesmente deliciosa.

2. MULHOLLAND DRIVE
(2001, Mulholland Dr., David Lynch)



O que mais aprecio neste filme é a sua capacidade de nos deslumbrar sempre que o revisitamos. Misterioso e sedutor, MULHOLLAND DRIVE é a mais fantástica viagem ao profundo subconsciente e ao mundo dos sonhos.

3. O AMOR É UM LUGAR ESTRANHO
(2003, Lost in Translation, Sofia Coppola)



É um filme que consigo ver todos os dias. Tem uma atmosfera tão relaxante que a sua visualização torna-se algo terapêutica.

4. BONNIE E CLYDE
(1967, Bonnie and Clyde, Arthur Penn)



Interessante ver como um filme consegue constituir um marco tão significativo na história do cinema, alterando por completo a forma de como (neste caso) a violência era retratada no grande ecrã. BONNIE AND CLYDE é um desses filmes. Ainda me lembro vivamente da primeira vez que o vi e de ter ficado em êxtase com aquele final arrebatador.

5. CREPÚSCULO DOS DEUSES
(1950, Sunset Blvd., Billy Wilder)



Em termos de argumentos, Wilder é Rei. A nomeação deste SUNSET BLVD. prende-se um pouco com o facto de ter sido o primeiro filme a preto e branco que vi pro-activamente. Fiquei extremamente surpreendido pelo quão tenaz e intrigante foi!

6. A VIDA NÃO É UM SONHO
(2000, Requiem For a Dream, Darren Aronofsky)



Foi o filme que me fez olhar para o cinema com outros olhos. Potente e duro de se ver, o REQUIEM FOR A DREAM é bem capaz de ter sido o filme que mais me marcou. Fiquei sem palavras quando o vi, tamanho foi o soco que me deu. Apesar de o ter visto uma única vez por volta de 2004, são várias as cenas que ainda se mantêm vivas no meu pensamento e creio que isso é apenas um testamento ao verdadeiro poder do cinema.

7. ANTES DO ANOITECER
(2004, BEFORE SUNSET, Richard Linklater)



Juntamente com o BEFORE SUNRISE, este é o meu romance de eleição. Escolho o SUNSET, aqui, pelo facto de ser mais maduro que o seu antecessor. E aqui, a naturalidade é a palavra de ordem. Quer estejam a homenagear a Nina Simone ou a discutir os problemas sócio-políticos do Mundo, não consigo encontrar uma única falha neste filme. Simplesmente, enche-me o coração.

8. A JANELA INDISCRETA
(1954, Rear Window, Alfred Hitchcock)



Hitchcock é o mestre, e pouco mais há a acrescentar (também tenho em grande estima o VERTIGO, mas optei pelo REAR WINDOW). O desenvolvimento das personagens está no ponto, a tensão é palpável e o clímax é inesquecível. Love it to death.

9. THE END OF EVANGELION
(1997, Shin seiki Evangelion Gekijô-ban: Air/Magokoro wo, kimi ni, Hideaki Anno e Kazuya Tsurumaki)



A conclusão de uma das minhas séries preferidas. É um filme incrível e recomendo-o fortemente (contudo, a visualização da série é obrigatória antes de se partir para este THE END OF EVANGELION).

10. O SILÊNCIO DOS INOCENTES
(1991, The Silence of the Lambs, Jonathan Demme)



O meu thriller preferido. O thriller que mais vezes devo ter visto. É um daqueles filmes que sempre que passa na televisão, tenho de parar tudo o que estou a fazer para o ir ver. É claustrofóbico (se eu tivesse que eleger as "As 10 cenas da minha vida" - :P -, a da visão nocturna estaria entre elas, sem pensar duas vezes), brilhantemente executado e para além disso tem também duas interpretações magistrais por parte da Jodie Foster e do Anthony Hopkins. É um clássico!

--//--

Obrigado, Nuno, pela tua participação!

domingo, dezembro 26, 2010

Críticas da Semana

Breve resumo dos filmes visualizados esta semana.

BLACK SWAN (2010), de Darren Aronofsky



Será possível conceber um filme de terror psicológico tendo por base o mundo do ballet? BLACK SWAN comprova que sim, dissertando acerca da obsessão humana pela perfeição através de Nina Sayers (Natalie Portman), jovem insegura mas esforçada bailarina nova-iorquina, seleccionada como cabeça de cartaz para uma nova versão de O Lago dos Cisnes que sucumbe, física e mentalmente, à dualidade bem versus mal que o papel encerra, culminando num dos melhores actos finais do ano.

Darren Aronofsky (A VIDA NÃO É UM SONHO, O WRESTLER) aborda este material com o visual próprio de um documentário — planos filmados de câmara ao ombro, uma iluminação das cenas quase natural — misturando-lhe uma pós-produção digna de um filme de terror para intensificar o lado surrealista da história, transformando BLACK SWAN num dos projectos mais radicais e obrigatórios de 2010. Natalie Portman, numa performance de espantoso e arriscado desprendimento, é a grande favorita para vencer o Óscar de Melhor Actriz.

IMPARÁVEL (2010), de Tony Scott



Chegou a Portugal com o epíteto de «o melhor filme de Tony Scott dos últimos anos», mas a sua visualização nunca encontra motivos para concordar com essa acepção. IMPARÁVEL concentra-se na história de um comboio desgovernado e a alta velocidade que, por transportar material inflamável e tóxico, pode causar uma tragédia de proporções bíblicas. Cabe a Denzel Washington e Chris Pine, na pele de dois maquinistas com backgrounds mais ou menos definidos, deter a ameaça.

Embora directo e eficaz na acção, sem se perder em sub-plots desnecessários, não é aqui visível o experimentalismo que Tony Scott desenvolveu nos seus filmes anteriores, trabalho que quase conferia ao realizador britânico uma marca de autor. IMPARÁVEL nunca consegue oferecer qualquer tipo de surpresa ao espectador e o desfecho é totalmente previsível. Candidato a pontuais exibições nas tardes de fim-de-semana dos canais generalistas de televisão.

SOMEWHERE (2010), de Sofia Coppola



Análise peculiar sobre celebridade e harmonia familiar, com sensibilidade muito 'indie' e expondo uma narrativa simples de forma não-convencional, Sofia Coppola retorna a alguns dos ambientes e temas de LOST IN TRANSLATION — O AMOR É UM LUGAR ESTRANHO mas com personagens menos "icónicas". Stephen Dorff, apesar de construir uma figura de tédio e melancolia, domina todo o filme, e Elle Fanning (irmã mais nova de Dakota) marca a sua presença apesar do seu papel quase unidimensional.

SOMEWHERE é o típico filme para (tal como aconteceu) ganhar um Leão de Ouro em Veneza. Conhecerá maior apelo por parte das audiências europeias e, por isso, as probabilidades de concorrer a Óscares apresentam-se muito reduzidas.

domingo, setembro 12, 2010

Festival de Veneza 2010 — Dia de decisões



Ao décimo primeiro dia de Festival, Quentin Tarantino anunciou (numa decisão tomada por unanimidade do júri) o Leão de Ouro da 67ª edição da Mostra Internacional de Arte Cinematográfica. Este ano, o galardoado é SOMEWHERE, drama intimista sobre sucesso artístico assinado por Sofia Coppola.



Álex de la Iglesia foi, contudo, um dos principais vencedores do certame, ao arrecadar o Leão de Prata (Melhor Realizador) e o prémio para Melhor Argumento por BALADA TRISTE DE TROMPETA.



Nas interpretações, Vincent Gallo foi considerado Melhor Actor por ESSENTIAL KILLING (de Jerzy Skolimowski, que recebeu o troféu na sua ausência),...



... e o prémio de Melhor Actriz entregue à grega Ariane Labed por ATTENBERG (de Athina Rachel Tsangari).



Monte Hellman, que apresentou ROAD TO NOWHERE durante o Festival, viu-lhe ser atribuído um Leão de Ouro de carreira (não admiraria que existisse "dedo" de Quentin Tarantino nesta homenagem, já que Hellman foi produtor executivo, em 1992, de CÃES DANADOS).



O palmarés completo pode ser consultado aqui.

Imagens retiradas de: Site Oficial do Festival.

sábado, setembro 04, 2010

Festival de Veneza 2010 — Dia 3



Um terceiro dia de Festival marcado por emoções fortes e chuva. Na verdade, um dilúvio de «proporções bíblicas» abateu-se sobre o Lido, afectando, durante alguns momentos, a habitual viagem de gôndola das estrelas e respectivos convidados:



Mas é a Sétima Arte que domina em Veneza e Sofia Coppola teve a oportunidade de apresentar a sua quarta longa-metragem, SOMEWHERE (Em Competição).



A história de um actor famoso (Stephen Dorff), que consegue sair da espiral de decadência em que se encontrava pela presença da filha (Elle Fanning, irmã de Dakota) que ele mal conhece, assinala a primeira obra onde Sofia Coppola, aparentemente, se baseou na sua própria experiência de vida. Confrontada com o possível paralelo entre SOMEWHERE e a relação com o pai Francis Ford, a realizador preferiu salientar que queria «filmar, partindo de um ponto de vista masculino, algo sobre a vida emocional dos homens que são tão diferentes de mim».

Embora existindo algumas reticências, SOMEWHERE agradou à crítica especializada. Entre as opiniões mais positivas, afirmou-se que — e apesar de AS VIRGENS SUICIDAS, este é o primeiro filme de Sofia que "examina noções de família com alguma claridade" e a certeza de estarmos perante "um filme à Coppola, sobre conforto e afecto familiar, que funciona bem como estudo de personalidade mas ainda melhor enquanto peça de arte".

Uma encharcada Sofia Coppola sorri para os fotógrafos

A realizadora acompanhada dos protagonistas Stephen Dorff e Elle Fanning

Com HAPPY FEW (Em Competição), de Antony Cordier, Veneza conheceu a grande surpresa do certame até ao momento.



Sem preconceitos em exibir sexo a rodos durante uma hora e quarenta minutos, HAPPY FEW relata, com humor, as desventuras de dois casais que ocupam o seu tempo na constante troca de cônjuges. Um tema polémico, mas para Cordier «a verdadeira perversão do filme é quando as personagens sentem desejo conjugal pelo ou pela amante». Deste modo, o cineasta francês conclui que acompanhamos «personagens que vivem uma utopia, mas iguais a qualquer outra pessoa: sentem inveja, sofrem, e por aí fora».

Para os críticos, trata-se de "uma adorável comédia dramática, (...) sem nenhum dos clichés que caracterizam o género". Destaque para Nicolas Duvauchelle, o actor principal de HAPPY FEW, que já é considerado como uma das principais revelações do Festival deste ano.

Marina Fois, Roschdy Zem, o realizador Antony Cordier, Nicolas Dechauvelle e Elodie Bouchez

O elenco principal de HAPPY FEW

Mas o momento alto deste terceiro dia foi a entrega do Leão de Ouro honorário a John Woo pelo conjunto da sua carreira, tornando-se assim no primeiro cineasta de descendência chinesa a receber este prémio.

John Woo aceitando o prémio de carreira

O realizador mais famoso de Hong Kong revelou a sua surpresa por ter sido o galardoado deste ano: «A princípio, fiquei chocado. Depois, pensei que só podiam estar a gozar comigo!». Por seu lado, Marco Mueller, director artístico do Festival, admitiu que com a entrega do Leão de Ouro honorário a Woo «não estamos a conceder uma honra; o prémio estava simplesmente à espera dele».

Imagens retiradas de: Site Oficial do Festival, Reuters e AFP.

domingo, agosto 01, 2010

Festival de Veneza 2010



Já são conhecidos em pormenor os títulos que marcarão a 67ª Mostra Internacional de Arte Cinematográfica de Veneza.

O júri presidido por Quentin Tarantino irá avaliar, entre 1 e 11 de Setembro próximos, mais de vinte obras para decidir qual será o galardoado com o Leão de Ouro para Melhor Filme.

O Keyzer Soze's Place destaca, de seguida, os títulos mais sonantes que serão exibidos durante a Mostra:

Em Competição


. BLACK SWAN (EUA), de Darren Aronofsky



Vai ser o filme de abertura do Festival, e é descrito como um thriller sobre duas bailarinas rivais. Para além de ser realizado por Aronofsky (A VIDA NÃO É UM SONHO, O WRESTLER), possui um invejável elenco com Natalie Portman, Winona Ryder, Vincent Cassel e Barbara Hershey.

. SOMEWHERE (EUA), de Sofia Coppola



Um actor de Hollywood (Stephen Dorff), cuja carreira conheceu todo o género de excessos e reviravoltas, examina o seu estilo de vida quando a filha de 11 anos (Elle Fanning, a irmã mais nova de Dakota) lhe faz uma visita surpresa. Segundo a realizadora, o argumento é profundamente inspirado nas suas memórias de infância e na relação com o pai, Francis Ford Coppola.

. PROMISES WRITTEN IN WATER (EUA), de Vincent Gallo



Gallo demonstra, uma vez mais, a sua versatilidade ao realizar, escrever, produzir, montar e protagonizar esta história (segundo o autor) altamente conceptual e rodada a preto e branco. O resumo detalhado? Está no segredo dos deuses.

. BALADA TRISTE DE TROMPETA (Espanha/França), de Álex de la Iglesia



Sergio e Javier são dois palhaços de circo apaixonados pela mesma pessoa, a trapezista Natalia. Um triângulo amoroso circense que decorre em duas épocas diferentes: durante a Guerra Civil Espanhola e os anos 70.

. VÉNUS NOIRE (França), de Abdellatif Kechiche



"Vénus Hotentote". Era esta a alcunha de Saartjie Baartman, uma jovem descendente da tribo sul-africana Khoe Khoe, cuja rara doença de pele — um anormal desenvolvimento de erupção cutânea — intrigou o Ocidente no inicio do Séc. XIX. O realizador de O SEGREDO DE UM CUSCUZ, um dos grandes vencedores de 2007, regressa a Veneza com uma curiosa narrativa sobre os mistérios da Humanidade.

. JÛSAN-NIN NO SHIKAKU / 13 ASSASSINS (Japão), de Takashi Miike



No Japão feudal, um sádico nobre mata e viola a seu bel-prazer. Para o deter, um velho samurai reúne um grupo de assassinos com a missão de terminar este reinado de terror. O realizador dos controversos ANJO OU DEMÓNIO e ICHI THE KILLER procura agora "chocar" Veneza com esta labiríntica história de justiça popular.

. POTICHE (França), de François Ozon



Suzanne Pujol (Catherine Deneuve) é a esposa de um empresário bem sucedido, mas a braços com uma greve de funcionários na fábrica que dirige. Suzanne toma as rédeas desta situação de crise, provocando tanto a ira do marido como a de Maurice (Gérard Depardieu), seu antigo amante. Depois de vários dramas sobre temas sombrios (infidelidades, divórcios, dualidades sexuais), POTICHE assinala o regresso de Ozon às comédias sociais.

. MIRAL (EUA/França/Israel/Itália), de Julian Schnabel



A história de Hind Husseini, que em 1948 conjugou esforços para abrir um orfanato no recém-criado Estado de Israel, é narrada pelo testemunho de Miral (Freida Pinto), uma das primeiras residentes da casa fundada por Husseini e que mais tarde se tornou em activista política. Será curioso observar como Schnabel aplica o seu reputado virtuosismo aos contornos verídicos deste argumento.

. NORUWEI NO MORI / NORWEGIAN WOOD (Japão), de Anh Hung Tran



Inspirado num romance de Haruki Murakami, a narrativa centra-se em Toru que, após ouvir o tema dos Beatles «Norwegian Wood», recorda um momento específico da sua vida nos anos 60: o suicídio do seu melhor amigo, que despoletou uma relação de proximidade amorosa com a namorada deste. Vencedor do Leão de Ouro em 1995 por CYCLO, Anh Hung Tran assina um dos principais candidatos asiáticos da presente edição do Festival.

. DI RENJIE ZHI TONGTIAN DIGUO / DETECTIVE DEE AND THE MYSTERY OF PHANTOM FLAME (China), de Tsui Hark



Repleto de sequências de artes marciais (ou não fosse esta uma obra de Tsui Hark), estamos, sem dúvida, perante o filme em competição com maior dinamismo e acção. Quando alguém anda a assassinar, misteriosamente, os seus súbditos mais dedicados, a Imperatriz Wu Zeitan percebe que a sua cerimónia de coroação está ameaçada. Decide-se, então, convocar o infame Detective Dee, o qual fora condenado ao exílio, oito anos antes, pela própria Wu Zeitan...

. DREI (Alemanha), de Tom Tykwer



Dez anos depois, Tykwer volta a rodar um filme na sua língua natal, desta vez uma tragicomédia sobre amor e moralidade na Alemanha contemporânea. Para dissertar acerca destes temas, DREI apresenta-nos um triângulo amoroso entre duas berlinenses quarentonas que se apaixonam, simultaneamente, pelo mesmo homem.

Fora de Competição


. THE TOWN (EUA), de Ben Affleck



Enquanto planeia o seu próximo golpe, um ladrão veterano procura equilibrar os sentimentos que nutre pela gerente do banco que recentemente assaltou com a perseguição que lhe é movida por um agente do FBI. Depois do sucesso crítico de VISTA PELA ÚLTIMA VEZ..., Ben Affleck apresenta o seu segundo filme como realizador, liderando um elenco repleto de caras conhecidas: John Hamm, Rebecca Hall, Jeremy Renner e Chris Cooper.

. I'M STILL HERE (EUA), de Casey Affleck



Grande candidato a tornar-se num dos filmes mais insólitos de 2010, documenta o ano em que Joaquin Phoenix abandonou a representação para se dedicar a uma carreira de rapper. I'M STILL HERE já foi apresentado a um restrito grupo de espectadores, e a estupefacção foi a palavra de ordem.

. SORELLE MAI (Itália), de Marco Bellocchio



Em seis episódios, acompanhamos o crescimento de Elena e a sua complicada relação com a mãe, Sara. Cineasta com particular apelo por narrativas de profunda densidade emocional (o recente VENCER comprova-o), Bellocchio aposta novamente no potencial dramático do "feminino" em Cinema.

. TUNGNGAAN 3D / THE CHILD’S EYE 3D (China/Hong Kong), de Danny e Oxide Pang



Retidos na Tailândia pela insurreição política que se desenvolve à sua volta, Rainie e os seus amigos decidem, relutantemente, ficar hospedados num decrépito hotel. Assim que fazem o check-in, dão de caras com três bizarras crianças. Mas o medo instala-se quando os membros deste grupo começam, um por um a desaparecer. Os "reis" do horror tailandês prometem aterrorizar Veneza.

. MACHETE (EUA), de Robert Rodriguez



O público pediu, Rodriguez aquiesceu. O falso trailer realizado para o projecto GRINDHOUSE foi transposto a longa-metragem, e será uma das antestreias mais aguardadas da presente edição. Após ter sido traído pela organização que o contratou, um mercenário mexicano embarca numa brutal vingança contra o seu antigo patrão. Destaque para o variado e surpreendente elenco, que reúne nomes como Robert De Niro, Jessica Alba, Lindsay Lohan, Don Johnson e até Steven Seagal!

. PREŽÍT SVUJ ŽIVOT / SURVIVING LIFE (Eslováquia/República Checa), de Jan Svankmajer



Misturando animação de recortes com segmentos em imagem real, apresenta-nos um homem que, nos seus sonhos, nutre uma vida dupla e é casado com outra mulher. Svankmajer, um dos principais nomes do cinema surrealista contemporâneo, volta a assinar um filme com as suas singulares e insólitas imagens de marca, após cinco anos em que esteve desaparecido dos olhares do público.

. PASSIONE (Itália), de John Turturro



Outro regresso após muitos anos sem assumir a realização, Turturro apresenta-nos um filme histórico sobre as origens e tradições musicais de Nápoles e a sua influência no mundo.

. THE TEMPEST (EUA), de Julie Taymor



O filme de encerramento da edição de 2010 do Festival de Veneza assinala o reencontro de Julie Taymor com as obras de Shakespeare. Depois da peculiar transformação que aplicou à peça TITUS, desta vez é a história de Próspero que conhece uma versão totalmente inesperada. Surgindo como figura feminina (Helen Mirren), o trono de Próspera é usurpado pelo seu irmão, que a obriga ao exílio numa ilha desprovida de civilização.

O alinhamento completo do Festival pode ser consultado neste endereço.

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