domingo, setembro 05, 2010

Festival de Veneza 2010 — Dia 4



Numa jornada repleta de obras europeias, o realce vai para a exibição de POTICHE (Em Competição), de François Ozon.



Nesta comédia ("Veneza partiu-se a rir!") sobre uma mulher casada com um tirânico industrial e que descobre um talento escondido para negócios, POTICHE assinala o duplo reencontro no grande ecrã de Catherine Deneuve com Gérard Depardieu e François Ozon (que a tinha dirigido no delicioso 8 MULHERES). Foi este último que mais falou durante a conferência de imprensa, salientando a sua preferência por narrativas no feminino: «É verdade que gosto mais de trabalhar com mulheres. Por ser homem, tenho uma maior distância, e acho que elas têm menos ego do que os homens – foi mais fácil trabalhar com a Catherine do que gerir os egos do Fabrice (Luchini) e do Gérard!"

Para além do eficaz humor de POTICHE, os principais elogios da crítica vão para Deneuve, "impecável no papel desta mulher farta de ser um mero bibelô".

Catherine Deneuve regressa à comédia com POTICHE

François Ozon, o 'realizador de mulheres', ladeado por Judith Godrèche e Karin Viard

Mas a principal sensação cinematográfica foi OVSYANKI (SILENT SOULS) (Em Competição), um filme do russo Aleksei Fedorchenko.



Dois homens unem esforços para enterrar o corpo da falecida mulher de um deles segundo os rituais fúnebres dos Merja, uma tribo semi-extinta originária da região do Volga. Crenças religiosas à parte, o cineasta Fedorchenko realçou, na conferência de imprensa, que «o filme é sobre a ternura, transformada em nostalgia e de como estas duas emoções podem ser sinónimo de amor».

A crítica, por sua vez, mostrou-se rendida a SILENT SOULS, suscitando especulação sobre as grandes hipóteses da película em arrecadar o Leão de Ouro. "Uma perfeita composição fílmica em apenas 75 minutos" foi um dos principais elogios que se puderam ler ontem acerca de uma obra "brilhantemente concebida, (...) cuja solenidade sepulcral parecerá demasiado pretensiosa para todos com excepção de espectadores interessados na estética cinematográfica".

Destaque para o Cinema Russo em Veneza

A actriz Yuliya Aug acompanhada do realizador Aleksei Fedorchenko

Imagens retiradas de: Site Oficial do Festival, Abaca Press e Associated Press.

1 comentário:

Nuno Barroso disse...

Não conhecia o SILENT SOULS, mas a sua premissa deixou-me bastante intrigado. Um filme que não deverei perder!

Abraço

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