domingo, outubro 28, 2012

VISÕES DE MADREDEUS (2012), de Edgar Pêra



Cine-diários dos Madredeus, de 1987 a 2006, da Europa ao Oriente. — Doclisboa 2012.



Documentário poético e experimental, VISÕES DE MADREDEUS extravasa os cânones do género do filme-concerto através do olhar sempre irrequieto e invulgar de Edgar Pêra e, acima de tudo, do que só um longo processo de maturação (afinal de contas, este é o produto de quase vinte anos a filmar os Madredeus) poderia ajudar a consolidar.



Do Teatro Ibérico até à "conquista" de Tóquio, com recursos que vão do Super 8 ao videotape, esta visão íntima do agrupamento musical fundado por Pedro Ayres de Magalhães é construída sem qualquer carácter biográfico directo — a evolução de Teresa Salgueiro, desde a tímida adolescência até ao seu "bailante" desprendimento em palco, a transformação da ambição e sucesso dos Madredeus, etc., apresentam-se subtilmente, sem legendas nem abundante voz-off. Apenas as imagens (mais ou menos nítidas), os sons (dos diegéticos aos totalmente distorcidos) e os acordes de O Pastor, Vaca de Fogo, Vem (Além de Toda a Solidão) e Haja o Que Houver configurados sob a égide criativa do cineasta português esteticamente mais inconformado da actualidade.

A experiência sensorial final é fresca, única e revigorante. Poderá não ser do agrado de todos, mas merece toda a exposição pública que lhe concederem.

4 comentários:

Anónimo disse...

Não poderia estar mais de acordo. Confesso que quanto mais penso sobre o documentário mais acho que merece ser valorizado.

A conclusão diz quase tudo sobre a experiência de ver "Visões de Madredeus": "A experiência sensorial final é fresca, única e revigorante".

Mais uma excelente crítica.

Cumprimentos,
Aníbal

Sam disse...

Obrigado pelas tuas palavras, Aníbal.

Sim, é preciso levar este VISÕES ao grande público!

Cumps cinéfilos.

Inês Moreira Santos disse...

Sabia que este documentário não me iria desiludir e, sim, Visões de Madredeus é uma experiência sensorial imensa.

Excelente crítica, Sam.
Cumprimentos cinéfilos :*

Sam disse...

Obrigado, Inês.

Imensa, sem dúvida. E não me importaria de o rever a médio prazo :)

Cumps cinéfilos :*

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