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sábado, setembro 10, 2011

Venice Buzz



Faltam poucas horas para o anúncio dos principais galardoados da 68ª edição do Festival de Veneza.

Independentemente do que o júri presidido pelo realizador Darren Aronofski deliberar, aqui ficam dez dos filmes mais bem recebidos pela crítica durante o certame.

Títulos a ter em atenção, e não só para os prémios...

. TINKER, TAILOR, SOLDIER, SPY (Alemanha/EUA), de Tomas Alfredson



«Right here, right now, it's the film to beat at this year's festival.»
Xan Brooks, Guardian.

. THE IDES OF MARCH (EUA), de George Clooney



«A political thriller exploring themes of loyalty, ambition and the gap between public ideals and private fallibility, it engages the brain within the context of a solid entertainment.»
David Gritten, Telegraph.

. A DANGEROUS METHOD (Alemanha/Canadá), de David Cronenberg



«Precise, lucid and thrillingly disciplined, this story of boundary-testing in the early days of psychoanalysis is brought to vivid life by the outstanding lead performances of Keira Knightley, Viggo Mortensen and Michael Fassbender.»
Todd McCarthy, Hollywood Reporter.

. TAO JIE (A SIMPLE LIFE) (China/Hong Kong), de Ann Hui



«Susan Chan and Roger Lee's script is a bittersweet, unmistakably heartfelt look at ties between people who aren't blood relations but who have in effect a mother/son bond.»
Neil Young, Hollywood Reporter.

. ALPS (Grécia), de Giorgos Lanthimos



«It'd be rash to call it a better film than DOGTOOTH, but it is, in the relative scheme of these things, a bigger one, and exciting evidence of restless formal development on the part of its director.»
Guy Lodge, In Contention.

. SHAME (Reino Unido), de Steve McQueen



«[...] a formidable, and formidably sober, provocation.»
Jonathan Romney, Sight & Sound.

. L'ULTIMO TERRESTRE (Itália), de Gian Alfonso Pacinotti



«Loosely inspired by a collection of comics from colleague Giacomo Monti, pic cleverly uses its sci-fi elements to explore people's fear of diversity and the unknown.»
Boyd Van Hoeij, Variety.

. FAUST (Rússia), de Alexander Sokurov



«[...] and since we are yet before hell, the path to get there is, remarkably, a vibrantly soulful, terrible and funny feast.»
Daniel Kasman, MUBI.com.

. WUTHERING HEIGHTS (Reino Unido), de Andrea Arnold



«Full credit to director Andrea Arnold for taking such a bold and distinctive approach to Emily Brontë's account of sweeping passion on the Yorkshire moors.»
Xan Brooks, Guardian.

. CARNAGE (Alemanha/Espanha/França/Polónia), de Roman Polanski



«Snappy, nasty, deftly acted and perhaps the fastest paced film ever directed by a 78-year-old, [CARNAGE] fully delivers the laughs and savagery of the stage piece while entirely convincing as having been shot in New York, even though it was filmed in Paris for well-known reasons.»
Todd McCarthy, Hollywood Reporter.

terça-feira, outubro 12, 2010

SINAL DE ALERTA (2006), de Andrea Arnold



Manipulador e inquietante, SINAL DE ALERTA explora duas linhas narrativas que se revelam, simultaneamente, autónomas e interactivas: o descontrolo emocional da sua protagonista, Jackie (Kate Dickie, que nos faz lembrar uma jovem Helen Mirren), e a peculiar análise às consequências da segurança urbana na presente era digital, marcada pela omnipresente tecnologia que acompanha, na sua quase totalidade, o nosso paradeiro quotidiano.

O mérito desse feito vai, indiscutivelmente, para a realizadora Andrea Arnold. Esta sua primeira longa-metragem coloca o espectador numa zona de desconforto logo a partir dos primeiros minutos, situando-o numa sala iluminada pelas imagens provenientes dos monitores de vigilância que Jackie controla, destacando câmara após câmara num ecrã principal, tentando vislumbrar actividades suspeitas num cenário aparentemente interminável — a saber, um desolador bairro social de Glasgow, cuja arquitectura consegue ser, por si só, personagem em SINAL DE ALERTA.



Alternando os vários pontos de vista que se lhe deparam, Jackie deixa-se cativar e entreter por histórias da vida real, como o homem que passeia uma cadela debilitada fisicamente ou o entusiástico talento para a dança de uma empregada de limpeza. Contudo, a segurança urbana é a sua prioridade e, um dia, observa, com apreensão, a perseguição movida por um homem a uma mulher num beco mal iluminado. «Falso alarme», informa ela a um segurança, quando percebe que o casal apenas procura local recôndito para um fortuito encontro sexual.

Subitamente (num brilhante momento de horror voyeurístico que invejaria Brian De Palma), Jackie agarra o joystick da câmara de vigilância e efectua zoom sobre o homem (Tony Curran, num registo imprevisível) que veste as calças. Através daquela "janela" digital, vislumbra-se um rosto que ela aparenta reconhecer. Um rosto pelo qual ficará obcecada e devastada. Rapidamente, começa a vigiar este indivíduo, percebendo a sua rotina diária e memorizando as suas acções. Não tarda que da mera perseguição vídeo, ela inicie a interacção com este desconhecido que está relacionado com algum episódio amargo do passado de Jackie e, para o espectador, a compreensão deste estranho comportamento.



A princípio, SINAL DE ALERTA parece ser uma obra sobre a natureza de quem observa, impunemente, a vida de quem não sabe estar a ser observado. Andrea Arnold, pouco interessada em espicaçar opiniões sobre a crescente ausência de privacidade nas sociedades modernas, constrói um thriller suportado numa contida e minimalista (adjectivos que também descrevem a natureza técnica do filme) descoberta das motivações de Jackie, e não em cansativas sequências de acção vertiginosa ou sustos gratuitos. A nossa pressão arterial aumenta com a representação do conflito quase impassivo entre as duas personagens — que culmina numa sequência de forte carga sexual extraordinariamente perturbadora e ambígua. Ou na forma como a cineasta nos transforma no mesmo tipo de voyeur que Jackie é durante grande parte do filme, aumentando o nosso já referido desconforto através de um "vocabulário" cinematográfico constituído por monitores desfocados, fotografia agressiva e trabalho de câmara "irrequieto".

Pouco dependente de diálogos e, a certa altura, ameaçando perder-se em demasiados sub-plots, a narrativa de SINAL DE ALERTA acaba por se revelar admiravelmente coesa. Tudo se conjuga no final, em grande parte pelo desempenho de Kate Dickie — é incompreensível que não possua uma carreira mais notória — numa fascinante demonstração de força e mágoa.

domingo, outubro 10, 2010

Cineclubismo

O 9500 Cineclube continua o ciclo «Cinema no Feminino» destacando a primeira longa-metragem da britânica Andrea Arnold, SINAL DE ALERTA.



Drama psicossexual sobre vingança, é um filme que não se socorre de nenhum artifício no retrato que faz das maquinações sombrias e paranóicas da vida urbana moderna num bairro social de Glasgow.

SINAL DE ALERTA ganhou o Prémio do Júri no Festival de Cannes 2006 e arrecadou cinco BAFTA, os Óscares britânicos: Filme, Realizador, Argumento, Actor e Actriz.



Amanhã, pelas 21h30, no Cine Solmar.

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