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domingo, dezembro 26, 2010

2010: Os Melhores

E chegamos à inevitável (e muito tramada!) época de balanço do ano que agora termina. Como já é tradição, deixo-vos com o Top 10 dos melhores filmes estreados em Portugal durante 2010, de acordo com o Keyzer Soze:

10º ex-aequo
UM HOMEM SINGULAR



A primeira experiência de Tom Ford como realizador é uma obra cinematográfica por excelência. A elaborada direcção artística funciona em prol do argumento, abundam os qualitativos pormenores de fotografia, montagem, guarda-roupa e maquilhagem a espelharem os estados de espírito das personagens e um Colin Firth assombroso na pele da personagem mais pesarosa que preencheu um grande ecrã este ano.



FANTASIA LUSITANA



Documentário que na análise da propaganda salazarista durante os anos da Segunda Guerra Mundial, mostrando a neutralidade de Portugal como um paraíso de paz no seio de uma Europa em devastador conflito, procura referências de comparação com o actual estado da Nação. No seu minimalismo de imagens e sons (o filme não tem narrador), João Canijo impele o espectador a tirar as suas próprias conclusões.




ANTICRISTO



A controvérsia gerada em Cannes — onde lhe foi atribuído um "anti-prémio" — era suficiente para se perceber que Lars von Trier não iria abandonar a sua infâmia muito própria. E, na verdade, o dinamarquês realizou um dos títulos mais poderosos do ano, uma obra-prima de grotesco cinematográfico. Willem Defoe e Charlotte Gainsbourg, sem medo da exposição ou do rídiculo gratuitos, mantêm o argumento (e o interesse de quem assiste) coeso de uma ponta à outra do filme.




O SÍTIO DAS COISAS SELVAGENS



O filme fantástico para todas as idades do ano — que me perdoem os fãs da ALICE de Tim Burton —, Spike Jonze desenvolve o conto infantil de Maurice Sendak e dá vida à sagaz imaginação de um rapaz de oito anos que se torna rei de uma ilha povoada por criaturas peludas (magníficas e realistas composições digitais) que demonstram idiossincrasias próprias dos adultos.




THIRST — ESTE É O MEU SANGUE...



Chan-wook Park prossegue a sua corajosa e original carreira com uma fresca abordagem ao (sempre em voga) mito do vampiro, mas sem abdicar dos motivos próprios do género, usando o tema — e um padre católico como protagonista — para dissertar acerca do que nos torna humanos. Capaz de se mostrar surreal, espirituoso, visceral e sensual numa única cena, foi dos filmes mais pujantes do ano.




TOY STORY 3



Não há uma única emoção que tenha ficado esquecida: da genuína alegria à honesta comoção e capaz de nos encantar pelo seu deslumbramento visual, nenhum espírito é suficientemente empedernido para deixar de se convencer da maturidade artística alcançada pela dupla Disney/Pixar. A trilogia que definiu a animação concebida por computador encerra com genial chave de ouro.




LÍBANO



Desde O RESGATE DO SOLDADO RYAN que nenhum filme colocava o espectador tão intimamente na linha de fogo dum conflito armado. Totalmente situado no interior de um blindado que acompanha quatro soldados israelitas durante a Guerra do Líbano, em 1982, esta é uma obra de criativa audácia, rigorosa seriedade moral e, acima de tudo, uma experiência cinematográfica inesquecível. Ou tudo aquilo que um war movie deve ser.




A ORIGEM



O padrão de como um blockbuster deve apresentar-se: visualmente atraente, narrativamente inteligente, profundamente envolvente e totalmente satisfatório. Na verdade, existem poucos adjectivos para louvar a dimensão aplicada a um argumento que assume diversos riscos — quer na sua coerência como na capacidade de gerar receitas de bilheteira — do princípio ao fim das suas duas horas e meia de duração.




UM HOMEM SÉRIO



Novo e curioso estudo dos irmãos Coen sobre o absurdo da condição humana, o seu sereno formalismo para explorar uma narrativa freneticamente surrealista torna-o numa das obras mais originais do ano. Impecavelmente filmado, arranca um fabuloso registo de contenção e desespero latente de Michael Stuhlbarg e o seu final ambíguo é susceptível de mais prazer que frustração cinéfila.




CANINO



Este foi, definitivamente, o principal "OVNI" cinematográfico a estrear no nosso país. Reconstituindo temas clássicos que vão desde a história de Adão e Eva até à Alegoria da Caverna (e estas são algumas das interpretações possíveis), a sua peculiar apresentação de condicionamento e livre arbítrio humano tanto pode ser visto como terror absurdo ou comédia atroz. Certo é ser dos filmes mais originais e exigentes do ano.




O ESCRITOR FANTASMA



Um thriller como já não se produz nos dias que correm, Roman Polanski colmata a ausência de explosões ou sustos construindo a sua ameaçante imagem de marca, apostando na contenção de personagens (um elenco formidável), ambiências hostis (nem a Natureza é apaziguadora) e uma economia narrativa (veja-se como um GPS "ajuda" ao desenrolar dos acontecimentos) que poucos alcançam. O cinema clássico puro está vivo!



Concordam? Discordam? Façam-se ouvir!

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