
... segundo as palavras do Pedro Ponte, do blog Ante-Cinema:
1. JULES E JIM
(1962, Jules et Jim, François Truffaut)

O epítome da Nouvelle Vague e de tudo o que Truffaut fez ao longo de três décadas. Um filme provocante, absurdamente romântico, idealista e trágico.
2. 8½
(1963, 8½, Federico Fellini)

Uma obra absolutamente essencial para compreender não apenas o cinema mas também o processo criativo em si, incida ele sobre que forma de arte incidir.
3. DR. ESTRANHO AMOR
(1964, Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, Stanley Kubrick)

O primeiro filme que me vem à cabeça quando penso em Kubrick não é 2001 ou LARANJA MECÂNICA, mas sim o mais atípico da sua carreira. Uma das coisas mais brilhantes já filmadas; uma criação nascida de um idealismo profundamente anti-guerra mas também de um humor do mais negro concebível.
4. A MULHER QUE VIVEU DUAS VEZES
(1958, Vertigo, Alfred Hitchcock)

A essência do cinema de Hitchcock. Um filme fabuloso, que nunca deixará de desafiar, intrigar e perturbar — tudo o que Hitch adorava fazer.
5. VELUDO AZUL
(1986, Blue Velvet, David Lynch)

Um dos primeiros filmes a despertar em mim coisas que não fazia ideia sequer que existiam. Capaz de chocar, frustrar e maravilhar, é em muitos sentidos o filme mais 'Lynchiano' já feito: surreal em imagens e ao mesmo tempo realista na forma como aborda temas como a sexualidade e a natureza boa vs. má do Homem.
6. ANNIE HALL
(1977, Annie Hall, Woody Allen)

Tudo aquilo a que Woody Allen se dedicou estudar (por detrás do humor, das neuroses, do intelectualismo) está presente neste maravilhoso filme: um olhar memorável e hilariante sobre as relações contemporâneas. Dos poucos filmes que posso — e poderei — rever todos os anos durante toda a minha vida.
7. PULP FICTION
(1994, Pulp Fiction, Quentin Tarantino)

Muito mais que um simples ícone da cultura popular ou um marco dos anos 90. Ironicamente moralista, tendo em conta o quão violento, sádico e profano consegue ser e pela forma como Tarantino se diverte genuinamente a "brincar" com a facilidade do Homem em escolher a violência e o crime, mantém-se até hoje como um dos filmes mais solenemente realizados e escritos de sempre.
8. DISPONÍVEL PARA AMAR
(2000, In the Mood for Love, Wong Kar-wai)

Descobri Wong Kar-wai tarde, mas talvez seja quem me ensinou que é possível captar a essência da beleza em filme. Eventualmente o filme mais belo que vi até hoje.
9. O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE
(2001, Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain, Jean-Pierre Jeunet)

Anti-cinismo puro, deliciosamente romântico e encantador. Uma autêntica dose de encanto e pura inocência, cada vez mais raros nos dias de hoje.
10. O REI LEÃO
(1994, The Lion King, Roger Allers e Rob Minkoff)

Para terminar (mas sem dar demasiada relevância à ordem), o filme que mais me terá marcado até hoje, por ter sido a primeira experiência dentro de uma sala de cinema e, como tal, inesquecível. Expoente máximo (a par de A BELA E O MONSTRO) da segunda vaga da Disney, continua a ser exactamente o mesmo filme que foi no longínquo inverno
de 94: mágico, encantador, possuidor de valores familiares muitas vezes esquecidos, relevante para o crescimento de qualquer pessoa e para relembrar os que já cresceram de coisas importantes, muitas vezes esquecidas pelo caminho.
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Obrigado, Pedro, pela tua participação!