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quarta-feira, janeiro 30, 2013

Fevereiro na Cinemateca Portuguesa



RETRATOS DE INFÂNCIA segundo John Ford, Vittorio de Sica, Sam Wood, Jean Renoir, Volker Schlöndorff, Francis Ford Coppola, Steven Spielberg, Tim Burton, Albert Lamorisse, Jacques Demy, Frederick Wiseman e Nagisa Oshima. Entre muitos outros.

Programação completa.

segunda-feira, outubro 22, 2012

Visões Exteriores #1



«O excesso de teoria enjoa e mata. Não gosto da escrita sobre cinema que pareça um peru emproado. Prefiro o peru bêbado. Nunca serei devoto da prosa escolástica de André Bazin ou do sucedâneo Serge Daney. Os filmes ficam apertados num espartilho, mais apertados do que Vivien Leigh no corpete com que a criada lhe esmaga as costelas em "Gone With the Wind". E quando se vai a ver até parece que já é mais importante o espartilho do que o corpinho que está lá dentro. Mil vezes a apaixonada e sedutora emoção do americano João Bénard ou a delirante liberdade ficcional da cabeça inglesa de David Thomson, para falar de dois dos meus escritores favoritos de filmes, actrizes e realizadores.

Bénard e Thomson escrevem textos conversados com a realidade do cinema, com o que se passa no ecrã e com o que se passou fora dele. Qualquer deles podia ter contado a história do encontro de Spielberg e John Ford.

Andava Spielberg a fazer o desmame da escola secundária, sonhando ser realizador de cinema, quando alguém lhe arranjou um encontro com Ford. A secretária mandou-o entrar e esperar. Ford tinha ido almoçar e estava a chegar. Quarenta minutos depois, o velho realizador irrompeu imponente, a cara coberta de marcas de bâton que a secretária se apressou a limpar com lenços de papel, o abismado miúdo Steven com os seus sonhos enfiados entre o rabo e a cadeira.

Ford mandou-o entrar: "Então, queres ser um
picture maker?" Não se sabe se Spielberg abanou a cabeça. O que é que sabes de arte?" Nessa altura já Spielberg nem cabeça tinha para abanar. O velho apontou um quadro na parede e trovejou ao miúdo: "O que é que vês ali?" Spielberg começou a falar dos índios que lá estavam. Ford interrompeu-o aos gritos: "Não, não, onde é que está a linha de horizonte?" Em cima, disse o balbuciante dedo de Spielberg. "OK. E o que vês no quadro ao lado?" Spielberg voltou a falar de cavaleiros, mas Ford explodiu: "Não, não, não, onde é que está o horizonte?" Em baixo, sussurrou o jovem aprendiz. Ford olhou-o nos olhos e deu-lhe um conselho ameaçador: "Se nunca puseres a linha de horizonte a meio do quadro e se fores capaz de sentir porque é que o colocaste bem em cima ou bem em baixo talvez possas ser um bom picture maker. E agora, get the fuck out of here.

A história do cinema foi feita por mil marcas de bâton que nunca veremos, alimentada pelos sonhos de miúdos ainda com fraldas e pela voz de Júpiter de velhos patriarcas. Uma multidão de episódios que se recorta contra a altíssima linha de horizonte que namora a eternidade ou esse baixíssimo horizonte que nos atira para abismos compulsivos e infernais.
»

A Linha de Horizonte, por Manuel S. Fonseca, in Atual, 20 de Outubro de 2012.

terça-feira, outubro 04, 2011

#23



... segundo as palavras do Paulo Soares, o segundo participante desta iniciativa sem blog mas senhor de uma impressionante "bagagem" cinéfila.

Por ordem cronológica:

. O ATALANTE
(1934, L'Atalante, Jean Vigo)



Para mim o mais belo dos filmes.

. A REGRA DO JOGO
(1939, La Règle du Jeu, Jean Renoir)



. IVAN, O TERRÍVEL
(1944, Ivan Groznyy, Sergei Eisenstein)



. LADRÕES DE BICICLETAS
(1948, Ladri di biciclette, Vittorio De Sica)



O filme que maior efeito teve sobre mim.

. VIAGEM A TÓQUIO
(1953, Tokyo Monogatari, Yasujirô Ozu)



O meu filme preferido.

. OS SETE SAMURAIS
(1954, Shichinin no Samurai, Akira Kurosawa)



. VIAGEM EM ITÁLIA
(1954, Viaggio in Italia, Roberto Rossellini)



. A DESAPARECIDA
(1956, The Searchers, John Ford)



O meu filme americano preferido.

. A TRILOGIA DE APU
(1956, 1956, 1959 Pather Panchali, Aparajito, Apur Sansar, Satyajit Ray)



A minha trilogia preferida.

. INTRIGA INTERNACIONAL
(1959, North by Northwest, Alfred Hitchcock)



O filme que hei de ter visto mais vezes.

--//--

Obrigado, Paulo, pela tua participação!

sábado, junho 25, 2011

#14



... segundo o Francisco Rocha, do blog My One Thousand Movies:

1. BLADE RUNNER — PERIGO IMINENTE
(1982, Blade Runner, Ridley Scott)



2. JOHNNY GUITAR
(1954, Johnny Guitar, Nicholas Ray)



3. A DESAPARECIDA
(1956, The Searchers, John Ford)



4. ESTRADA PERDIDA
(1997, Lost Highway, David Lynch)



5. A SEDE DO MAL
(1958, Touch of Evil, Orson Welles)



6. HENRY: A SOMBRA DE UM ASSASSINO
(1986, Henry — Portrait of a Serial Killer, John McNaughton)



7. DO FUNDO DO CORAÇÃO
(1982, One From the Heart, Francis Ford Coppola)



8. STALKER
(1979, Stalker, Andrei Tarkovsky)



9. A HORA DO LOBO
(1968, Vargtimmen, Ingmar Bergman)



10. ACONTECEU NO OESTE
(1968, C'era Una Volta il West, Sergio Leone)



--//--

Obrigado, Francisco, pela tua participação!

quarta-feira, junho 01, 2011

#12



... segundo as palavras do João Gonçalves, do blog Modern Times:

10 escolhas, 10 filmes da minha vida. Muitos ficaram de fora e foi difícil a selecção.

Como 10 tinham de ser, optei por aqueles que me dizem mais, não necessariamente os melhores. Valem o que valem. Não consigo justificar melhor, não quando os filmes são tão pessoais.


1. PRIMAVERA TARDIA
(1949, Banshun, Yasujirô Ozu)



Lembro-me de cinema, lembro-me de Ozu. Lembro-me da forma como me marcou este filme. Uma câmera, uma família.

2. O SACRIFÍCIO
(1986, Offret, Andrei Tarkovsky)



O último filme de Tarkovsky. O meu filme preferido. Uma sensibilidade uníca na arte de filmar.

3. AURORA
(1927, Sunrise: A Song of Two Humans, F.W. Murnau)



A melhor história de amor de todos os tempos. Não há filme no mundo mais belo do que Sunrise. Para City Girl e Tabu serviriam as mesmas palavras.

4. JANELA INDISCRETA
(1954, Rear Window, Alfred Hitchcock)



É o melhor filme do mestre Hitchcock. Cada vez que o revejo, novos pormenores encontro. Incrivelmente bem filmado.

5. O TOURO ENRAIVECIDO
(1980, Raging Bull, Martin Scorsese)



Porque foi dos primeiros filmes que vi quando comecei a ver cinema a sério. Scorsese no seu melhor, numa obra marcante.

6. O INTENDENTE SANSHO
(1954, Sanshô dayû, Kenji Mizoguchi)



Uma obra de arte.

7. VOANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS
(1975, One Flew Over the Cuckoo's Nest, Milos Forman)



Um filme perturbador, que não nos sai da cabeça por dias. Admiro a leveza, num tom quase cómico como é conduzido o filme para logo espetar um murro no estômago. Um filme que me diz muito.

8. MORANGOS SILVESTRES
(1957, Smultronstället, Ingmar Bergman)



Um filme de memórias. Sobre a vida, sobre o passado, sobre nostalgia.

9. AS PONTES DE MADISON COUNTY
(1995, The Bridges of Madison County, Clint Eastwood)



O melhor filme dos anos 90. Um romance único e apaixonante. Nada me comove mais que toda a cena do semáforo.

10. O VALE ERA VERDE
(1941, How Green Was My Valley, John Ford)



É um filme mágico, como só John Ford o sabe fazer.

--//--

Obrigado, João, pela tua participação!

sábado, abril 30, 2011

#8



... segundo a opinião do Álvaro Martins, do blog PRETO E BRANCO:

1. O SACRIFÍCIO
(1986, Offret, Andrei Tarkovsky)



2. A PALAVRA
(1955, Ordet, Carl Theodor Dreyer)



3. O SANGUE
(1989, O Sangue, Pedro Costa)



4. AURORA
(1927, Sunrise: A Song of Two Humans, F.W. Murnau)



5. ROCCO E SEUS IRMÃOS
(1960, Rocco e i suoi fratelli, Luchino Visconti)



6. AS VINHAS DA IRA
(1940, The Grapes of Wrath, John Ford)



7. MÃE E FILHO
(1997, Mat i Syn, Aleksandr Sokurov)



8. O TANGO DE SATANÁS
(1994, Sátántangó, Béla Tarr)



9. LE SIGNE DU LION
(1962, Le Signe du Lion, Eric Rohmer)



10. RIO BRAVO
(1959, Rio Bravo, Howard Hawks)



--//--

Obrigado, Álvaro, pela tua participação!

terça-feira, abril 26, 2011

#6



... segundo a opinião e palavras do Miguel Lourenço Pereira, do blog Cinema — A Arte em Movimento:

1. DO CÉU CAIU UMA ESTRELA
(1946, It's a Wonderful Life, Frank Capra)



Já devo ter visto este filme umas 20 vezes e a cada visionamento descubro algum delicioso detalhe novo que sempre me espanta. George Bailey é, para mim, a personagem perfeita e o filme que culminou a maravilhosa colaboração entre Capra e Stewart consegue ser uma verdadeira fábula cinematográfica repleta de sequências de uma força emocional que Hollywood nunca mais repetiu.

2. A MULHER QUE VIVEU DUAS VEZES
(1958, Vertigo, Alfred Hitchcock)



Há algo em Vertigo que me faz perder a cabeça. É o único filme que tem direito a um quadro no meu escritório porque olhar para aquele poster cor de laranja evoca o que de melhor se fez na história da 7ª Arte. A loucura de Dali, o voyeurismo de Hitchock, o espirito perturbado de Stewart, o corpo de Novak, as ruas de S. Francisco... nada falha aqui.

3. QUANTO MAIS QUENTE MELHOR
(1959, Some Like It Hot, Billy Wilder)



Wilder é o cineasta mais humano que conheço porque é o único que no mesmo filme é capaz de mesclar o lado mais obscuro com o lado mais divertido do Ser Humano. Talvez The Apartment esteja uns furos acima, mas o ritmo frenético de Some Like it Hot e a explosão interpretativa de Jack Lemmon fazem-no algo verdadeiramente especial.

4. A DESAPARECIDA
(1956, The Searchers, John Ford)



O filme que define o western da mesma forma que In the Mood define o Jazz. Não são as paisagens, é a cor. Não é John Wayne, é a dor de um olhar destroçado. Não é o ritmo épico, é o olhar profundamente marcado pelo futuro de um país. Ford fez muitos filmes perfeitos, mas nenhum tanto como este.

5. MILLION DOLLAR BABY — SONHOS VENCIDOS
(2004, Million Dollar Baby, Clint Eastwood)



Culmina a carreira do único cineasta pós-1960 que pode ombrear com os grandes. Eastwood tem essa suavidade que faz de qualquer filme seu uma experiência terapêutica. Como actor é melhor em Gran Torino ou Unforgiven, mas a aura que rodeia cada milimetro de frame de MDB é inatingivel na sua filmografia.

6. GATA EM TELHADO DE ZINCO QUENTE
(1958, Cat on a Hot Tin Roof, Richard Brooks)



Se o Cinema fosse sexo, seria Cat on a Hot Thin Roof. A sede de sexo que emana do olhar de Liz Taylor, a questionada sexualidade do amputado Newman, a impotência do brutal Ives conjugam-se naquela que é talvez a mais certeira adaptação teatral ao cinema. Um filme que não me canso de rever.

7. MATAR OU NÃO MATAR
(1950, In a Lonely Place, Nicholas Ray)



Sempre tive um imenso fascinio pelo cinema noir, talvez pelas horas perdidas entre as obras de Chandler e Hammet. Daquela vaga de brilhantes filmes de low budget nenhum me soube captivar tão bem pela sua intensidade como o explosivo In a Lonely Place, um filme que define verdadeiramente uma era.

8. LAWRENCE DA ARÁBIA
(1962, Lawrence of Arabia, David Lean)



O deserto sempre despertou um especial fascinio nos homens do verde ocidente e nunca nenhum o soube captar com tanta certeza como David Lean. Os olhos azuis de O´Toole, as vestes brancas de Lawrence e a imensidão perdida da Arábia transformam a longa experiência que é seguir Lawrence of Arabia num sacrificio que vale bem a pena.

9. O SENHOR DOS ANÉIS — O REGRESSO DO REI
(2003, The Lord of the Rings: The Return of the King, Peter Jackson)



Perdi as contas às vezes que me deixei render pela perfeita recriação da Terra Média que Jackson desenhou com régua e esquadro. The Return of the King é o culminar da mais impecável trilogia da história do cinema, uma saga que é precisamente cinema antes de ser literatura e que utiliza todos os truques cinematográficos para levar o espectador para outra dimensão. Sublime homenagem à obra literária do século passado.

10. O PADRINHO
(1972, The Godfather, Francis Ford Coppola)



Apesar de todos gostarem de Brando, para mim The Godfather é Pacino, o mais completo actor da Nova Hollywood. Não só na segunda toma mas essencialmente na sua sombria transformação de herói de guerra a capo mafioso. O olhar de Pacino dita o ritmo a que se vai movendo, lentamente, e com trilha sonora à altura, o mundo dos Corleone. Um clássico.

--//--

Obrigado, Miguel, pela tua participação!

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