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segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Óscares 2012: o comentário final



Este foi mesmo o "ano da nostalgia". E não só pelo facto de O ARTISTA e A INVENÇÃO DE HUGO, duas obras imbuídas de um profundo espírito consagratório aos primeiros anos da Sétima Arte, terem arrecadado dez estatuetas, cinco para cada um.

A ausência de um sentimento de novidade (nem se fez sentir o "apelo" a uma franja mais jovem da audiência, não obstante Justin Bieber surgir a certa altura...) na cerimónia da 84ª entrega dos Óscares da Academia começou logo na prestação de Billy Crystal como anfitrião — pela nona vez, tal como o próprio fez questão de frisar assim que pisou o palco —, a repetir a sua habitual e já saudosa routine mas sem a "chama" nem a vitalidade de outros tempos. Talvez Jack Nicholson devesse mesmo ter comparecido à cerimónia...





E por falar em repetição, o mesmo substantivo pode ser aplicado aos resultados finais deste ano. Os vencedores foram todos os esperados e nem mesmo nas denominadas categorias técnicas se pode falar em surpresas. Assim, os principais vencedores foram:

. Melhor Filme: O ARTISTA



. Melhor Realizador: Michel Hazanavicius, por O ARTISTA



. Melhor Actor Principal: Jean Dujardin, por O ARTISTA



. Melhor Actriz Principal: Meryl Streep, por A DAMA DE FERRO



. Melhor Actor Secundário: Christopher Plummer, por ASSIM É O AMOR



. Melhor Actriz Secundária: Octavia Spencer, por AS SERVIÇAIS



. Melhor Filme Estrangeiro: UMA SEPARAÇÃO (Irão)



. Melhor Filme de Animação: RANGO



A lista detalhada dos vencedores pode ser consultada neste endereço.

segunda-feira, junho 20, 2011

Críticas da Semana

Breve resumo dos principais filmes visualizados esta semana.

O BORDEL DO LAGO (2000), de Kim Ki-Duk



Uma rapariga muda (Jung Suh) vive isolada num lago transformado em resort piscatório, onde trabalha a vender isco, comida e, ocasionalmente, o próprio corpo aos turistas. A chegada à ilha de um pescador (Yoosuk Kim), fugitivo à polícia e com desejo de se suicidar, altera-lhe a rotina e, em breve, torna-se sua amante.

Guiado pela poderosa interpretação de Jung Suh, cuja personagem manter-se-à anónima e silenciosa até ao fim, O BORDEL DO LAGO é mais um exame de Kim Ki-Duk às relações humanas em contextos que têm tanto de idílico — a fotografia parece extraída de uma fábula romântica — como de horrendo surrealismo. O ritmo vagaroso funciona perfeitamente para a história, a qual ainda permite, ao espectador, segundas acepções. Excelente.

JOANA A SALVADORA (2005), de Kornél Mundruczó



Joana (Orsi Tóth), uma jovem toxicodependente, entra em coma depois de um grave acidente. Os médicos do hospital de Budapeste salvam-na miraculosamente e, no momento em que esteve entre dois mundos, Joana adquiriu um poder divino, sendo capaz de curar doentes oferecendo o seu corpo. Mas quando ela rejeita as propostas amorosas do director do hospital (Zsolt Trill), este move-lhe uma perseguição sem tréguas.

Interpretação cinematográfica e musical da narração da paixão de Joana d'Arc, o seu impressionante trabalho visual, composto por planos-sequência e de cromagem saturada — a influência do produtor Béla Tárr nestas opções estéticas é por demais evidente —, não o salva de ser um filme apenas para quem aprecia o género musical (não é o caso por estas "paragens"), aqui levado a um extremo operático: a seriedade com que diálogos como «Vamos para a urologia!» são clamados não favorecem, pelo espectador, uma correspondência emocional idêntica.

RUÍNAS (2009), de Manuel Mozos



Lugares que deixaram de fazer sentido, de serem necessários, de estar na moda. Lugares esquecidos, obsoletos, inóspitos, vazios. Não interessa aqui explicar porque foram criados e existiram, nem as razões porque se abandonaram ou foram transformados. Apenas se promove uma ideia, talvez poética, sobre algo que foi e é parte da(s) história(s) do nosso país.

Um olhar poético, saudosista e fragmentado sobre locais que já conheceram melhores dias — casas abandonadas, sanatórios, hotéis, até o Parque Mayer —, RUÍNAS dá-nos uma perspectiva diferente sobre o passado de Portugal, diferenciando-se de documentários semelhantes pela original narração que, através da leitura de correspondências, relatórios médicos ou receitas gastronómicas, invoca vivências, relações e costumes há muito perdidos. "Peca" por ter apenas sessenta minutos de duração.

RANGO (2011), de Gore Verbinski



Rango (Johnny Depp) é um camaleão de estimação que, acidentalmente, vai parar a uma arenosa cidade no meio do deserto, habitada por extravagantes criaturas e onde a lei não existe. Recebido como a última esperança para a sobrevivência daquela cidade, é escolhido para xerife e forçado a descobrir os responsáveis pela crescente escassez de água.

Não existe propriamente nada de novo ou verdadeiramente original em RANGO (descontando o facto de tratar-se de um "western animado"), mas também é-se incapaz de esconder o gozo que as suas referências culturais — desde O BOM, O MAU E O VILÃO até Hunter S. Thompson — proporciona. Mas, numa análise geral, e com 2011 a assumir-se para a animação repleta de sequelas e spin-offs, este bem se pode revelar como um dos títulos mais interessantes do ano para o género.

HADEWIJCH (2009), de Bruno Dumont



A força da fé de Céline (Julie Sokolowski) é posta à prova ao sair do convento, onde vive intensamente as suas convicções religiosas. Quando a jovem rapariga, filha de uma abastada e respeitada família, trava amizade com Yassine (Yassine Salime), um muçulmano fundamentalista, embarcará num percurso devoto incerto.

Caminhando por terrenos próprios de Carl Theodor Dreyer ou Robert Bresson, o estilo e temas são Dumont inconfundível. Contudo, o cineasta francês já se revelou mais perspicaz e incisivo na sua explanação, sobretudo pela ausência de convicção na mudança de "atitude religiosa" por parte da protagonista e da qual o sucesso do argumento está dependente, afectando um desenlace que alguns poderão, facilmente, qualificar de pretensioso. Realce para a frágil e aviltada Julie Sokolowski, assombrosa num desempenho de árdua profundidade emocional.

domingo, junho 05, 2011

5 Momentos Memoráveis

#14: Remakes "toleráveis"

Fenómeno definitivamente instalado no panorama cinematográfico norte-americano, o remake manifesta-se tanto pela adaptação de sucessos críticos e de bilheteira internacionais à língua, hábitos e contextos dos EUA, assim como através da actualização de clássicos americanos. É, também, sintoma da badalada crise de criatividade que Hollywood, aparentemente, não encontra argumentos para esbater e um caminho seguro para o retorno do investimento aplicado na "reformulação de um filme".



Talvez por isso, o Keyzer Soze confessa a sua escassa atracção por este género de projecto. Ideias como refazer frame por frame um título existente — é exemplo disso, e como a imagem acima ilustra, PSICO (1998, Gus Van Sant) — ou a mencionada "americanização" de filmes como O ACOSSADO (refeito em 1983 com o título O ÚLTIMO FÔLEGO), O HOMEM QUE QUERIA SABER (A DESAPARECIDA, 1993) ou AS ASAS DO DESEJO (transposto em 1998 como CIDADE DOS ANJOS) saldaram-se em algo aquém do positivo.

Os remakes de CÃES DE PALHA (1971, Sam Peckinpah) e MILLENNIUM 1. OS HOMENS QUE ODEIAM AS MULHERES (2009, Niels Arden Oplev), previstos para 2011, servem de mote à recordação dos filmes que, embora produzidos nesses moldes, o Keyzer Soze não "desdenha". Como sempre, a opinião pessoal foi predominante nas escolhas que se seguem.

MENÇÃO HONROSA: THE RING — O AVISO (2002), de Gore Verbinsi



Remake de RINGU (1998, Hideo Nakata), não altera a história original — a investigação de uma jornalista sobre uma cassete VHS que provoca a morte do espectador sete dias depois do seu visionamento — mas capta, eficazmente, a atmosfera de terror e subtil metáfora aos perigos da tecnologia que celebrizaram o filme nipónico.

Original:



Remake:



5. VANILLA SKY (2001), de Cameron Crowe



Remake de DE OLHOS ABERTOS (1997, Alejandro Amenábar), é a transposição literal de um argumento situado em Espanha para Nova Iorque, à qual Cameron Crowe acrescentou uma série de referências visuais pop (sobretudo musicais). A presença de Tom Cruise permitiu uma maior e merecida exposição ao fantástico surrealismo do filme original.

Original:



Remake:









4. O CABO DO MEDO (1991), de Martin Scorsese



Remake de CAPE FEAR (1962, J. Lee Thompson), esteve durante alguns anos nas mãos de Steven Spielberg até ao momento em que trocou de projectos com Scorsese (o outro filme em causa era A LISTA DE SCHINDLER). Através das óbvias comparações que se estabelecem entre Robert Mitchum e Robert De Niro, notam-se as diferenças no estilo cinético de filmar uma ameaça chamada Max Cady, um dos psicopatas mais inesquecíveis da História da Sétima Arte.

Original



Remake



3. OS SETE MAGNÍFICOS (1960), de John Sturges



Remake de OS SETE SAMURAIS (1954, Akira Kurosawa), partilha essencialmente a mesma história do original. A grande diferença reside no foco de cada filme: enquanto Kurosawa centrou-se nas emoções das personagens (situação potenciada pela sua belíssima fotografia a preto e branco), Sturges apostou no western épico e dinâmico que o tempo se encarregou de torná-lo num título obrigatório.

Original:



Remake:









2. A MOSCA (1986), de David Cronenberg



Remake de A MOSCA (1958, Kurt Neumann), serviu de base às habituais obsessões de Cronenberg pela "mutação da carne humana" — sem dúvida, o chavão que, quase academicamente, resume a sua filmografia —, concretizado numa tremenda obra com um poder recíproco de fascínio e choque. O que alguns espectadores viveram em 1958 foi duplicado em 1986...

Original:



Remake:



1. SCARFACE — A FORÇA DO PODER (1983), de Brian De Palma



Remake de SCARFACE, O HOMEM DA CICATRIZ (1932, Howard Hawks), foi tão ou mais polémico que o original na sua data de estreia, modernizando sem relativizar os temas políticos subjacentes ao primeiro filme. Com Al Pacino no seu papel mais carismático, possui frases memoráveis em Cinema nos últimos 30 anos. Em suma, mereceria um post inteiro sobre os porquês de ser o meu remake predilecto.

Original:



Remake:



quinta-feira, março 03, 2011

Hollywood Buzz #116

O que se diz lá fora sobre RANGO, de Gore Verbinski:



«RANGO is some kind of a miracle: An animated comedy for smart moviegoers, wonderfully made, great to look at, wickedly satirical, and (gasp!) filmed in glorious 2-D.»
Roger Ebert, Chicago Sun-Times.

«Johnny Depp isn't the sort of star to blend in, so it's saying something that his turn as the world's most conspicuous chameleon in RANGO is so full-bodied, you forget the actor and focus on the character.»
Peter Debruge, Variety.

«The biggest strike against RANGO, though - for both the movie and the hero - is that the lizard is so damn ugly.»
Lisa Schwarzbaum, Entertainment Weekly.

«Most exceptional is the visual style, which makes even the best animated 3D look like a poor cousin.»
Todd McCarthy, The Hollywood Reporter.

«I'm honestly not sure whether or not it's a good movie, but it doesn't leave you much time to ponder that question.»
Andrew O'Hehir, Salon.com.

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