Mostrar mensagens com a etiqueta William Friedkin. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta William Friedkin. Mostrar todas as mensagens

sábado, dezembro 29, 2012

2012 no Cinema (1ª Parte)

2012 EM PORMENORES

O bom, o mau, o surpreendente e o banal estão sempre nos detalhes... Do cinema estreado comercialmente no nosso país em 2012, eis treze "categorias" analisadas e que falam por si:

O Filme Mais Subvalorizado do ano



. CRÓNICA, de Josh Trank, quase o equivalente de O PROJECTO BLAIR WITCH para a sobrevivência do género found footage, coloca todo o seu gimmick (efeitos visuais incluídos) a favor da narrativa e evita a típica conclusão que grita "sequela!". A surpresa mais agradável do ano.

O Filme Mais Sobrevalorizado do ano



. MOONRISE KINGDOM, de Wes Anderson: narrativamente cabotino, tematicamente desprovido de originalidade e esteticamente cansativo, impinge a sua marca autoral em cada sequência e perde naturalidade nesse processo. De uma mediania que nunca deveria ter sido empolgada.

O Melhor Filme do ano que não conheceu estreia em Portugal



. o manipulador KILLER JOE, de William Friedkin, cujo lançamento comercial no nosso país encontra-se, aparentemente, num "limbo". Quase cartoonesco na sua violência, percorre um caminho estreito entre a comédia surreal e o tenebroso realismo, assinalando o regresso de forma de William Friedkin (OS INCORRUPTÍVEIS CONTRA A DROGA e O EXORCISTA).

A Interpretação Masculina do ano



. Michael Shannon, em PROCUREM ABRIGO (Jeff Nichols), mais do que o retrato da provável degeneração mental de um indivíduo, o seu protagonismo é colocado como epíteto da Humanidade contemporânea — amedrontada, paranóica e confusa face às agressivas "manifestações" que a rodeia — numa composição que balança, admiravelmente, a pura contenção e o violento clamor.

A Interpretação Feminina do ano



. a destemida serenidade e majestosa imagem da inevitabilidade do ser humano por Emmanuelle Riva, em AMOR (Michael Haneke).

O Actor do ano



. 2012 colocou em evidência que afinal existe versatilidade e profundidade dramática em Matthew McConaughey, protagonizando uma impressionante "reabilitação" artística com o seu stripper empreendedor de MAGIC MIKE (Steven Soderbergh), o político sem escrúpulos de MORRE... E DEIXA-ME EM PAZ! (Richard Linklater) e o ambíguo jornalista de THE PAPERBOY — UM RAPAZ DO SUL (Lee Daniels). Portugal deve-lhe a "apresentação pública" do acima referido KILLER JOE (William Friedkin), onde pontifica, sem dúvida, o papel da sua vida.

A Actriz do ano



. Judi Dench, a prova de que o consensual reconhecimento de uma carreira não é antónimo de prolífera actividade, como o demonstraram a sua actriz clássica em A MINHA SEMANA COM MARYLIN (Simon Curtis), a mãe protectora de J. EDGAR (Clint Eastwood), a reformada vulnerável em O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD (John Madden) e uma chefe do MIT da velha guarda em 007 — OPERAÇÃO SKYFALL (Sam Mendes).

O Regresso do ano



. Jean-Louis Trintignant, repentino e enigmático retrato, quase extremo, de dedicação matrimonial em AMOR (Michael Haneke).

A Desilusão do ano



. HOLY MOTORS, de Leos Carax, que trouxe às plateias internacionais — adormecidas ou não — algumas das ideias de Cinema mais pertinentes do ano mas, ao confundir irreverência com aleatoriedade e experimentalismo com pretensiosismo, não as sustenta nem alimenta no espectador.

A Banda Sonora do ano



. VERGONHA (Steve Mcqueen), por Harry Escott.

O Plano-Sequência do ano

. VERGONHA, de Steve McQueen:



O Animal de Estimação do ano



. Mr. Whiskers, em FRANKENWEENIE (Tim Burton).

O Adereço do ano





. as limusinas de COSMOPOLIS (David Cronenberg) e HOLY MOTORS (Leos Carax).

domingo, outubro 28, 2012

KILLER JOE (2011), de William Friedkin



A mãe do traficante de 22 anos Chris Smith (Emile Hirsch) rouba-lhe droga no valor de seis mil dólares. De repente, Chris passa a ter uma dívida em mãos e muito pouco tempo para a pagar. Desesperado, descobre que a mãe tem um seguro de vida que vale muito dinheiro e contrata os serviços de Killer Joe (Matthew McConaughey), um polícia com um negócio paralelo: matar pessoas.

Normalmente, Joe exige pagamento adiantado, mas desta vez aceita Dottie (Juno Temple), a atraente irmã de de Chris, como garantia até o dinheiro ficar disponível... se alguma vez ficar.
— filmSPOT.pt



A manipulação do espectador de cinema revela-se, por vezes, no modelo mais simples e no veículo menos esperado.

Quase cartoonesco na sua violência e no comentário social, KILLER JOE percorre um caminho estreito entre a comédia surreal e o tenebroso realismo, assinalando não só o regresso de William Friedkin (realizador de OS INCORRUPTÍVEIS CONTRA A DROGA, O EXORCISTA e VIVER E MORRER EM LOS ANGELES, provavelmente o seu último grande filme) a um pico de forma na provocação emocional que os títulos supracitados reuniram, como consegue elaborar, contundente e ironicamente, acerca da figura do redneck norte-americano — quem diria que este "estereótipo cinematográfico" ainda poderia facultar tanta singularidade? — para narrar a queda criminosa e amoral de uma família.



Ancorado, mas não dependente, na assombrosa performance de Matthew McConaughey ('Joe' é o papel da sua carreira e, depois do que mostrou em MAGIC MIKE e MORRE... E DEIXA-ME EM PAZ, estamos perante o caso mais flagrante de actor em "reabilitação" da actualidade), temos um protagonista capaz de se revelar elegante, sedutor, metódico e sádico no espaço de uma sequência — polivalência a que a eficaz transposição da peça de teatro, assinada por Tracy Letts, "obriga" —, em confronto com todo um elenco (sobretudo, Juno Temple e Gina Gershon) representativo de uma classe média a viver acima das suas "possibilidades éticas e de bons costumes".



E não haverá tempo para catarses nem mote para redenções. Ao invés disso, KILLER JOE oferece-nos um clímax burlesco e perturbador, propositadamente horrendo, cómico e penoso de se assistir — o papel "erótico" da Kentucky Fried Chicken, neste particular, já é de antologia —, e o final em aberto, tão perverso e desconcertante como o protagonista, assegura a brilhante excentricidade do filme.



Este é um estranho e sombrio "jogo" de William Friedkin, exactamente o mesmo com que Joe agita a família Smith: oferece-nos primeiro o que desejamos, mas cedo faz-nos duvidar desse desejo. E a autonomia do "jogo" só depende de nós e da nossa resistência à manipulação. No nosso caso, agradecemos o ludíbrio.

Extremamente recomendado.

quarta-feira, julho 27, 2011

#19



... segundo o João Bastos, do blog Revolta da Pipoca:

Estes tops são sempre polémicos. Há quem goste e há quem não goste! E ainda bem que assim é. Para mim o cinema pode ser 3 coisas:
1ª - pura e simplesmente ARTE;
2ª - pura e simplesmente ENTRETENIMENTO;
3ª - a junção de ARTE + ENTRETENIMENTO.

Para mim os grandes filmes, os melhores, serão aqueles que consigam de alguma forma aliar o conceito artístico ao entretenimento. Como nasci no ano de 1982, cresci a ver essencialmente filmes dessa década em diante, daí os meus filmes preferidos e aqueles que me marcaram serem na sua maioria filmes dos anos 80 e 90. São aqueles filmes que hoje, conseguimos estar conscientes de todos os defeitos, mas que ainda assim adoramos e continuamos a ver vezes sem conta! Considero-me um cinéfilo (amante de cinema) e mais ou menos entendido no assunto, mas não tenho problemas em admitir que as minhas preferências poderão ser
blockbusters, ou filmes que muitos poderão considerar fraquíssimos! Hoje, com 28 anos, a minha visão é outra, aprecio cinema, independentemente do seu ano de produção, género, país, etc... Só não me ponham o Twilight à frente que posso partir a televisão. Bem e sem mais delongas e sem ordem específica cá vai a minha lista:

. PULP FICTION
(1994, Pulp Fiction, Quentin Tarantino)



A primeira vez que o vi, confesso que não gostei. Não foi de fácil digestão. Hoje é o meu filme favorito com o meu actor favorito (Travolta), a minha banda sonora favorita.

. SAGA GUERRA DAS ESTRELAS
(1977, Star Wars: Episode IV - A New Hope, 1980, Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back, 1983, Star Wars: Episode VI - Return of the Jedi, 1999, Star Wars: Episode I - The Phantom Menace, 2002, Star Wars: Episode II - Attack of the Clones, 2005, Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith, George Lucas, Irvin Kershner, Richard Marquand)



Pouco há a dizer aqui!

. HEAT — CIDADE SOB PRESSÃO
(1995, Heat, Michael Mann)



Não há ninguém que filme a cidade como Michael Mann nesta obra-prima! O filme que junta a maior dupla do cinema de todos os tempos. A mítica cena do café de poucos minutos com Pacino e De Niro vale mais que muitos e muitos filmes actuais! Um clássico!

. PARQUE JURÁSSICO
(1993, Jurassic Park, Steven Spielberg)



Sejam sinceros: quem não delirou com as fabulosas imagens deste filme na altura que saiu... Ainda hoje (quase 20 anos depois) tem efeitos credibilíssimos. Os dinossauros ganharam vida, e se me perguntarem alguma fala, eu sei... Depois tem os melhores vilões (para mim) do cinema-espectáculo (os Velociraptors)... Ainda hoje me passo com a cena da cozinha!

. TRILOGIA REGRESSO AO FUTURO
(1985, 1989, 1990, Back to the Future, Robert Zemeckis)



Outro filme (ou melhor 3 filmes) que sei de trás para a frente! Michael J. Fox é enorme! As histórias são loucamente boas! Um marco na minha vida!

. O MEU PRIMEIRO BEIJO
(1991, My Girl, Howard Zieff)



O único filme em que chorei baba e ranho depois da morte do personagem de Macalay Culkin. Um filme que me fez apaixonar na altura pelo desempenho de Anna Chlumsky (o que é feito de ti miúda?)

. CHAMADA PARA A MORTE
(1954, Dial M for Murder, Alfred Hitchcock)



O primeiro filme que vi de Hitchcock. Foi a partir deste filme que comecei a fazer a minha colecção Hitchcock (livros, DVD, etc). Ah, e tem Grace Kelly!

. O GRANDE COMBATE
(1978, Se ying diu sau, Woo-ping Yuen)



Sim, é um filme do Jackie Chan. Um clássico intemporal que não me farto de ver! Esta época foi de ouro para o actor.

. O EXORCISTA
(1973, The Exorcist, William Friedkin)



Não é o meu filme de terror favorito, mas é dos mais perfeitos. Uma atmosfera criada numa divisão (o quarto) do melhor que já se fez no género. E depois, a primeira vez que vi este filme, era catraio, estava sozinho em casa, duas da manhã e tempestade lá fora. O ambiente perfeito para ver o filme. E isto marca qualquer puto.

. DIA DA INDEPENDÊNCIA
(1996, Independence Day, Roland Emmerich)



Um daqueles que só visto numa sala enorme. Ainda hoje me lembro de quando o vi numa sessão da tarde na Suiça! Will Smith que emana estilo! Patriótico até dizer chega (mas o filme é americano e chama-se "Dia da Independência", por isso queriam o quê?)... Mais um que é capaz de dar cabo dos ouvidos, como só Emmerich sabe, mas digam lá se não sabe bem ver a Casa Branca ser reduzida a cinzas num segundo??

--//--

Obrigado, João, pela tua participação!

domingo, outubro 31, 2010

5 Momentos Memoráveis

#13: 'Ok! That was disturbing'...



... ou as diversas nuances do horror/terror no Cinema. Um género que tem sido capaz de proporcionar alguns dos momentos mais inusitados da história do Cinema e de fertilidade criativa sem barreiras, encontra-se, infelizmente, em declínio no panorama actual de Hollywood (o filme mais recente desta lista data de 1998) pela repetição abundante de temas e por remakes de clássicos norte-americanos ou de produções estrangeiras — nomeadamente, de origem asiática, onde ainda é possível observar originalidade e vitalidade.

Como hoje celebra-se o Halloween (ou, para puristas da língua portuguesa, o Dia das Bruxas), eis a ocasião para recordar momentos que aterrorizaram e eriçaram os pelos de milhões de telespectadores. Sobretudo, aqueles que o conseguiram junto do Keyzer Soze's Place...

Os vídeos podem conter spoilers, revelações acerca dos argumentos dos filmes abaixo referidos. E também potenciadores de noites mal dormidas...

MENÇÃO HONROSA: A HORA DO LOBO (1968), de Ingmar Bergman



Resultado da convalescença de um esgotamento nervoso, foi a obra onde Ingmar Bergman mais se aproximou, gráfica e psicologicamente, do terror convencional. Também é das menos conhecidas do cineasta, apesar da admitida influência que exerce na nova vaga de thrillers suecos. Centrando-se nas estranhas figuras que assombram um pintor (Max von Sydow) sempre que a noite cai, A HORA DO LOBO culmina nesta assustadora e inesquecível metamorfose por parte de uma convidada do artista, que encontra uma forma original de se pôr à vontade na casa do seu anfitrião...



5. REPULSA (1965), de Roman Polanski



Exemplo supremo do sub-género terror psicológico, REPULSA é um fabuloso retrato de desmoronamento mental e físico. O seu preto-e-branco "sujo", oblíquos ângulos de câmara e o memorável desempenho de Catherine Deneuve incrementam, eficazmente, o nosso desconforto no momento em que a imaginação da protagonista cede perante os seus mais profundos recalcamentos e desejos. A partir daí, violência sexual, desleixo doméstico e paredes "traiçoeiras" deixam de ser simples alucinações...



4. RINGU (1998), de Hideo Nakata



Uma história que ficou registada na mente dos púbicos ocidentais em virtude do remake assinado por Gore Verbinski em 2002, o filme original permanece como o título que popularizou os temas e mecanismos, raramente repetitivos, do J-Horror. Capitalizando inteiramente na atmosfera em detrimento de 'cheap scares', RINGU deixou milhões de espectadores petrificados ao saberem da devastação que a "pequena" Sadako podia produzir... e, ao mesmo, apreensivos de qualquer cassete VHS com uma etiqueta pouco esclarecedora.



3. ALIEN — O 8º PASSAGEIRO (1979), de Ridley Scott



Introduziu no imaginário cinéfilo o extra-terrestre mais impiedoso de sempre, uma heroína das mais resistentes alguma vez capturadas em película e constitui, sem dúvida, a melhor fusão de ficção científica com terror. Sete tripulantes intergalácticos são forçados a pararem num planeta desconhecido e acabam por transportar para a nave-mãe uma criatura sem qualquer pejo de matar à primeira oportunidade. Um dos segredos do sucesso de ALIEN — O 8º PASSAGEIRO foi nunca conseguirmos ter um vislumbre detalhado do "monstro" — algo plenamente atestado neste brutal encontro do terceiro grau...



2. O EXORCISTA (1973), de William Friedkin



O melhor filme de terror de todos os tempos? Muito provavelmente (só não ocupa o primeiro lugar por esta ser uma lista de sequências). A imagem do puro mal encarnado em Regan, angélica menina de 12 anos que se transforma, progressivamente, num "compêndio" de indecência e obscenidade com propensão para cuspir pasta verde à cara de padres católicos. As audiências, em 1973, desfaleceram (literalmente) perante o arrojo narrativo e visual de O EXORCISTA. Conta a lenda que tais reacções só poderiam ser causadas por um demónio que se "apoderou" do filme. E ao vermos os primeiros sintomas de Regan, talvez a teoria não seja totalmente descartável...



1. SUSPIRIA (1977), de Dario Argento



Já aqui se falou da importância de uma atmosfera bem concebida como caminho para experiências de puro terror em Cinema. Nesse âmbito, Dario Argento é um dos principais nomes a ter em conta, e SUSPIRIA a sua obra seminal. Este é um momento memorável de horror em catadupa ("o homicídio mais perverso de sempre", segundo a Entertainment Weekly) a que ninguém consegue ficar indiferente pela conjugação brilhante de susto, gore e poder de sugestão — os ingredientes básicos do terror enquanto género cinematográfico.



sábado, outubro 31, 2009

Bruxas, Vampiros, Fantasmas e Monstros


Para celebrar o Dia das Bruxas, nada melhor como a listagem dos dez filmes de terror e/ou horror, acompanhados dos fantásticos trailers concebidos para os mesmos, que marcaram a minha vida.

Assim, e por ordem crescente, os meus favoritos são:

10. AS DIABÓLICAS (1955), de Henri-Georges Clouzot





9. O PROJECTO BLAIR WITCH (1999), de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez





8. SUSPIRIA (1977), de Dario Argento





7. PESADELO EM ELM STREET (1984), de Wes Craven





6. CARRIE (1976), de Brian de Palma





5. A PANTERA (1942), de Jacques Tourneur





4. RINGU (1998), de Hideo Nakata





3. ALIEN — O 8º PASSAGEIRO (1979), de Ridley Scott

^



2. REPULSA (1965), de Roman Polanski





1. O EXORCISTA (1973), de William Friedkin





Creative Commons License
Keyzer Soze's Place by Sam is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported License.
Based on a work at sozekeyser.blogspot.com.